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Polícia israelense reprime protesto anti-Netanyahu em Tel Aviv

Após semanas de manifestações contra o governo, violência foi registrada pela primeira vez após ministro pedir resposta dura das forças policiais

Por Da Redação
Atualizado em 1 mar 2023, 12h29 - Publicado em 1 mar 2023, 12h28

Os protestos contra o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se tornaram violentos pela primeira vez nesta quarta-feira, 1. A polícia disparou granadas de efeito moral e um canhão de água contra manifestantes que bloqueavam uma rodovia da capital, Tel Aviv.

Milhares de manifestantes marcharam pelo país nesta quarta-feira, chamada de “dia nacional de ruptura” contra o plano do governo de reformar o sistema judicial de Israel. Porém, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, um ultranacionalista acusado de politizar a polícia, pediu para que as forças de segurança impedissem o bloqueio de estradas e chamou as pessoas que compareceram aos protestos de “anarquistas”.

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A polícia chegou ao protesto no centro de Tel Aviv a cavalo e lançou granadas de efeito moral. Também usou um canhão de água contra milhares de manifestantes que pediam por “democracia” e acusavam o governo de instaurar um “estado policial”. Nas redes sociais, circulou um vídeo de um manifestante sendo preso, enquanto um policial ajoelhava em seu pescoço para imobilizá-lo.

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Os manifestantes também gritavam “onde você estava?” para as forças policiais, uma referência à sua ausência durante um ataque de colonos israelenses na vila de Hawara, na Palestina, que deixou dezenas de palestinos mortos e demorou horas para ser reprimido. Os militares afirmaram que não estavam preparados para o incidente.

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Segundo a polícia, manifestantes jogaram pedras e garrafas de água contra as forças de segurança e interromperam a circulação de trens em estações movimentadas. Vários manifestantes foram presos por “perturbar a paz” e pelo menos seis pessoas ficaram feridas.

Netanyahu se pronunciou em apoio às medidas de Ben-Gvir. “Não toleraremos violência contra a polícia, bloqueios de estradas e violações flagrantes das leis do país. O direito de protestar não é o direito à anarquia”, afirmou.

Yair Lapid, líder da oposição do país, pediu moderação a polícia e defendeu o direito dos manifestantes de expressar sua opinião. O premiê, em resposta, acusou o adversário de incentivar a tal “anarquia”.

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“Os manifestantes são patriotas”, disse Lapid nas redes sociais. “Eles estão lutando pelos valores da liberdade, justiça e democracia. O papel da polícia é permitir que eles expressem suas opiniões e lutem pelo país que amam.”

O motivo dos protestos é uma reforma judicial proposta pelo governo Netanyahu. Seu ministro da Justiça, Yariv Levin, está determinado a restringir os poderes da Suprema Corte, um órgão sério e independente, introduzindo uma “cláusula de substituição” que permitiria ao Parlamento aprovar leis consideradas inconstitucionais e nomear juízes, impedindo ao mesmo tempo o tribunal de anular decisões parlamentares.

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Críticos da iniciativa acusam o líder israelense de autoritarismo e destacam que o político tem um claro conflito de interesses em atacar juízes enquanto está sendo investigado. A reforma do sistema judiciário tem tudo para beneficiar o primeiro-ministro enrolado em três processos por corrupção.

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Levin afirmou que já pretende aprovar alguns projetos de lei da reforma no próximo mês. O Knesset também está definindo uma data para julgar uma proposta que tem como objetivo proteger Netanyahu no cargo de primeiro-ministro.

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Ao voltar ao poder no final de 2022, o primeiro-ministro se cercou por figuras ligadas ao ultranacionalismo e extrema direita. Entre eles está Ben-Gvir, que antes de entrar na política foi preso dezenas de vezes e já foi condenado por incitação à violência e apoio a um grupo terrorista.

Além dele, Netanyahu também apoia Bezalel Smotrich, ministro das Finanças e líder de colonos na Cisjordânia. O político defende a adoção de um postura mais dura contra os palestinos, o que aumentou as tesões na região.

Smotrich chegou a prometer uma resposta forte contra o assassinato de dois israelenses por um atirador palestino, o que foi sucedido pelo ataque em Hawara. Embora mais tarde tenha pedido moderação, o ministro também afirmou que a cidade deveria ser “apagada”.

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