Um fotógrafo da Agence France Presse (AFP) foi preso nesta terça-feira e libertado após três horas, quando registrava um protesto de estudantes em Santiago, no primeiro dia de uma manifestação de 48 horas por um ensino público gratuito e de qualidade.
Segundo outros fotógrafos, que testemunharam a prisão, Héctor Retamal foi detido dentro da Universidade Central, no momento em que registrava outras prisões no local. O fotógrafo foi levado com violência para uma viatura policial, por efetivos das forças especiais. Dentro do carro, foi agredido, denunciou.
Após três horas, Retamal foi libertado e suas duas câmeras foram devolvidas, uma delas avariada. “Você se sente indefeso, porque não pode fazer nada”, criticou o fotógrafo. Outros profissionais da imprensa já haviam sido presos durante os protestos estudantis, que já duram cinco meses.
A organização Repórteres sem Fronteiras divulgou hoje um relatório em que exige que “esses abusos sejam esclarecidos por completo, e que a instituição militar não crie nenhum obstáculo às investigações”. A organização pede ainda que sejam oferecidas “garantias aos jornalistas que cobrem as manifestações, quaisquer que sejam as empresas para as quais eles trabalhem”.