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Pilotos de voo acidentado da Ethiopian Airlines seguiram recomendações

Eles não conseguiram superar as falhas técnicas que voltavam o bico do Boeing para baixo; mesmo problema provocou queda da Lion Air, há 5 meses

Por Da Redação
4 abr 2019, 12h48
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  • Os pilotos do Boeing 737 Max 8 da Ethiopian Airlines que caiu no último dia 10 de março matando 157 pessoas, seguiram por “diversas vezes” as instruções de emergência recomendadas pela Boeing, mas não foram capazes de fazer com que o bico do avião não se voltasse para baixo, afirmou Dagmawit Moges, a ministra etíope dos Transportes.

    “Os pilotos realizaram várias vezes todos os procedimentos indicados pela fabricante, mas não foram capazes de controlar o avião”, disse Dagmawit, ao apresentar os resultados da investigação preliminar sobre o acidente nesta quinta-feira, 4.

    A ministra ainda recomendou que “o sistema de controle de voo da aeronave passe por uma revisão pela fabricante americana” e que as próprias autoridades de aviação governamentais façam checagens no sistema de segurança do Boeing 737 Max antes que ele seja autorizado a voar. No momento, o modelo está banido do espaço aéreo de diversos países, causando um prejuízo enorme também para as companhias.

    Em seu pronunciamento, Dagmawit não fez referência ao Sistema de Estabilização de Aeronaves, batizado como Sistema de Aumento de Características de Manobras (MCAS), suspeito de ter desempenhado um papel crucial no acidente, mas destacou que o avião inclinou o nariz para baixo diversas vezes.

    A queda do Boeing da Ethiopian Airlines, que caiu pouco depois de decolar do aeroporto da capital, Adis Abeba, foi o segundo grande acidente envolvendo um 737 Max em pouco mais de cinco meses. No último mês de outubro, um avião da Lion Air, de mesmo modelo, caiu na Indonésia deixando 189 mortos.

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    Apesar do relatório divulgado nesta quinta não indicar possíveis culpados, ele destaca o sistema de controle do 737 Max, à semelhança dos investigadores indonésios da Lion Air, que também viraram suas atenções para o MCAS.

    Com a conclusão de que o voo da Indonésia caiu por uma falha neste sistema, a Boeing instruiu seus pilotos sobre novas formas de superar panes, mas o acidente com o avião etíope sugeriu que elas possam ser ineficazes.

    O porta-voz da Ethiopian Airlines considerou o resultado esclarecedor sobre as responsabilidades da fabricante da aeronave. “Apesar do trabalho duro e da completa observância dos procedimentos de emergência, foi uma infelicidade que os pilotos não foram capazes de recuperar o avião do insistente ‘mergulho’ de seu nariz”, disse o representante.

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    Os investigadores do governo etíope esclareceram que a versão final do inquérito, que irá determinar se outros fatores causaram a queda, deve demorar pelo menos um ano para ficar pronta.

    Prejuízos

    A Boeing enfrenta uma grande crise desde o acidente de março. Além dos grandes gastos em indenização para as famílias, diversos países já baniram o trânsito do modelo 737 Max em seus espaços aéreos. Proibidos de voar, os aviões viraram elefantes brancos também para as companhias, que devem pedir ressarcimento por suas perdas.

    Além disso, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação contra a fabricante, em cooperação com o Departamento Federal de Investigação (FBI), sobre irregularidades no desenvolvimento de suas aeronaves.

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    Os aviões 737 da Boeing são o modelo mais vendido da companhia atualmente, com cerca de 5.000 unidades encomendadas, no valor total de 600 bilhões de dólares. Até agora, só 300 deles tinham sido entregues às companhias. Os aviões da Ethiopian e a da Lion Air estavam operando há poucos meses antes de caírem.

    Na última semana, a Boeing anunciou um programa que preveniria a operação repetida do Mcas e afirmou que a instalação de alertas na cabine dos pilotos, para informar sobre erros nos sensores de voo, se tornariam obrigatórios em suas aeronaves.

    O MCAS foi projetado especialmente para que o 737 MAX corrija uma anomalia aerodinâmica relacionada com um motor mais pesado.

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    Em uma instrução às tripulações em 6 de novembro, a Boeing explicou que um erro no segundo sensor que mede o ângulo de ataque (AOA) poderia levar o MCAS a colocar a aeronave em posição de “despencar”.

    (com AFP)

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