Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Partido de Berlusconi se divide e país vive crise política

Por Da Redação
30 jul 2010, 13h30

Premiê acusa presidente da Câmara dos Deputados de ser um traidor, conspirador e de tentar provocar a “morte lenta” do Povo da Liberdade (PDL)

A Itália amanheceu mergulhada em uma profunda crise política nesta sexta-feira, após o rompimento do primeiro-ministro Silvio Berlusconi com seu aliado mais importante, o poderoso presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini. O premiê acusa Fini de ser um traidor, conspirador e de tentar provocar uma “morte lenta” do Povo da Liberdade (PDL), partido de ambos. No entanto, Fini anunciou que não deixará o cargo e já fundou outro partido, levando 33 deputados e oito senadores. Com isso, a coalizão de Berlusconi pode perder maioria no Congresso e o país terá de antecipar as próximas eleições.

A crise culminou na noite da última quinta-feira, quando a animosidade entre os políticos – que veio a público nos últimos meses – terminou com um documento da direção partidária censurando Fini por suas ações e declarações, e acusando-o de não representar mais os ideais do partido que ajudou a criar. O presidente da Câmara leu as advertências do premiê e o atacou: “Berlusconi não tem uma concepção propriamente liberal de democracia. Obviamente, eu não vou renunciar.”

Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, Fini já fundou um novo partido, chamado Futuro e Liberdade para a Itália, e levou consigo 33 deputados e oito senadores. Para ter maioria, um governo precisa de 316 deputados. A coalizão formada pelo PDL e pelo partido xenófobo Liga Norte tinha, antes da divisão, 344 deputados, incluindo 14 deputados de pequenos partidos, que decidem seus votos caso a caso. Sem o apoio de Fini, Berlusconi pode ficar refém dos pequenos partidos e da Liga Norte, o que já causou a queda do seu primeiro governo, em 1994. Na ocasião, Berlusconi renunciou menos de um ano após assumir o poder porque a Liga Norte abandonou a coalizão, enfraquecendo o governo.

Governo – Em entrevista coletiva, no entanto, o primeiro-ministro afirmou: “Não há risco, temos maioria”. Berlusconi insiste que o rompimento não afetará a estabilidade do seu governo, embora a coalizão de centro-direita dê sustentação ao seu partido – acredita-se que Fini controle os votos de mais de 50 parlamentares. Além disso, a presidência da Câmara lhe dá enorme poder para definir a pauta parlamentar.

Continua após a publicidade

De acordo com o jornal italiano, o episódio reflete um governo desestabilizado apenas dois anos após o seu início, e Berlusconi deve explicações ao povo italiano. O comportamento desafiador de Fini é apontado como um fator, mas não o suficiente para tamanha crise. “É inaceitável que o país pague por um conflito que tem os contornos de uma disputa visceral”, diz o editorial.

A situação causada pela divisão do partido governista é inédita, e não há diretrizes constitucionais sobre o que deve acontecer agora. Analistas afirmam que Berlusconi estaria conformado com a convocação de eleições por acreditar que o seu partido se sairá melhor sem Fini. O líder da oposição, Pier Luigi Bersani, disse que Berlusconi deveria admitir que seu governo enfrenta uma crise profunda e se dirigir ao Parlamento.

(Com agência Reuters)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.