Partido de Berlusconi realiza boicote e desestabiliza coalizão
PdL protesta contra decisão de Suprema Corte de julgar ex-premiê por fraude
O partido do ex-premiê Silvio Berlusconi boicotou uma reunião da frágil coalizão de governo da Itália e bloqueou a atividade parlamentar nesta quarta-feira. O motivo estava ligado a uma questão pessoal de Berlusconi: um protesto contra uma decisão da Suprema Corte que acelera um dos processos judiciais contra “il Cavaliere”. Nesta terça, a Suprema Corte italiana marcou para 30 de julho a última audiência do caso em que Berlusconi é acusado de fraude fiscal – processo que pode tirar o ex-premiê da vida pública. A data foi escolhida porque parte do processo expira em 1º de agosto.
Em reação ao que consideram uma perseguição dos magistrados de esquerda, os integrantes do Povo da Liberdade (PdL), partido de centro-direita de Silvio Berlusconi, boicotaram as atividades legislativas nas duas Casas do Parlamento nesta quarta-feira. O PdL é um dos dois principais partidos do governo de coalizão do premiê Enrico Letta, formada após semanas de impasse no parlamento italiano e em meio à pior recessão enfrentada pela Itália desde a II Guerra Mundial.
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Os advogados de Berlusconi só esperavam uma decisão da Justiça no final do ano. Se for considerado culpado, Berlusconi pode ser condenado a quatro anos de prisão e a um afastamento de cinco anos de cargos públicos. Berlusconi diz que está sendo perseguido por seus inimigos da Promotoria de Milão, que o investigou e levantou vários casos contra ele. Em junho, ele foi condenado a sete anos de prisão por abuso de poder e por ter pagado para manter relações sexuais com uma menor de idade, no caso Ruby.
Letta afirmou que o governo vai sobreviver, não importa o que aconteça, mas alguns integrantes do partido de Berlusconi poderiam pressionar por uma eleição antecipada se ele for condenado. O presidente Giorgio Napolitano se opõe à realização de eleições antecipadas no meio da crise econômica.
(Com agência Reuters)