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Parlamento da Hungria vota contra reconhecimento social de transgêneros

Pessoas que mudam de sexo não poderão alterar o seu nome nem seu gênero de nascimento em documentos de identidade

Por Da Redação
Atualizado em 19 Maio 2020, 19h11 - Publicado em 19 Maio 2020, 19h08
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  • O governo do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, é acusado de 'violação de direitos humanos' pelo Conselho da Europa por promover discursos xenofóbicos - 15/05/2020 (Marko Djurica/Reuters)

    O Parlamento da Hungria, sob o comando do premiê ultraconservador, Viktor Orbán, votou nesta terça-feira, 19, a favor da proibição do uso em documentos de identidade de nome e de gênero que não sejam aqueles com os quais o cidadão nasceu. Ativistas LGBT+ acusam a medida de viabilizar o crescimento na discriminação contra as pessoas transgêneras no país.

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    Com a aprovação da emenda emenda, que ainda deve ser sancionada pelo presidente e aliado de Orbán, János Áder, a palavra “gênero” será substituída pela expressão “gênero ao nascer” em certidões de nascimento, de casamento e de óbito.

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    A base de Orbán, composta principalmente por seu partido populista de extrema-direita, o Fidesz, que controla cerca de 66% dos 199 assentos no Parlamento, aprovou com facilidade a medida. Menos de 60 parlamentares se opuseram à proposta de lei.

    “A decisão do Estado de registrar o sexo biológico das crianças em suas certidões de nascimento não afeta o direito de homens e mulheres experimentarem e exercitarem livremente suas identidades como desejarem”, disse um porta-voz do governo. “De nenhuma maneira a seção relevante do projeto que algumas pessoas criticam impede qualquer pessoa de exercer seus direitos fundamentais decorrentes de sua dignidade humana ou de viver de acordo com sua identidade”, acrescentou.

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    Segundo o Transgender Europe, um grupo de defesa LGBT+, a cirurgia de mudança de gênero é permitida na Hungria, assim como em todos os outros 26 países membros da União Europeia com exceção de Chipre.

    Ativistas LGBT+, porém, denunciam que os transgêneros húngaros são efetivamente incapazes de trocar o nome e o sexo de nascimento em documentos de identidade devido a entraves burocráticos em relação à definição da palavra “gênero”. Muitos transsexuais são, assim, obrigados a recorrer à Justiça.

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    De fato, o governo alega que um dos motivos para a aprovação da emenda nesta terça-feira era a resolução da interpretação da palavra “gênero”, não definida na Legislação húngara até então.

    “Não temos palavras para descrever o que sentimos”, disse Tina Korlos Orban, vice-presidente do grupo de advocacia Transvanilla Transgender Association, à Thomson Reuters Foundation.

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    “(O governo) simplesmente não se importa com o impacto na vida das pessoas trans e nunca poderia fornecer um argumento racional para o porquê dessa lei ser necessária”, disse Tamas Dombos, membro do conselho da Aliança LGBT húngara.

    Esta não é a primeira vez  que o Parlamento húngaro sob o comando do Fidesz ataca a comunidade LGBT+. László Kövér, presidente do Parlamento desde 2010, comparou o ato da adoção por um casal homossexual à pedofilia. “Moralmente, não há diferença entre o comportamento de um pedófilo e o comportamento de alguém que exige tais coisas [que um casal homossexual possa adotar alguém]”, disse Kövér.

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    Violação de direitos humanos

    O governo de Orbán, que está no poder desde 2010, foi acusado em 10 de maio pela principal organização europeia de defesa dos direitos humanos de estimular “atitudes xenofóbicas, medo e ódio” por meio do discurso anti-imigração mantido por Orbán.

    “Esta violação de direitos humanos na Hungria tem um efeito negativo em todo o sistema de proteção civil e no cumprimento da lei do país”, afirmou o relatório de Dunja Mijatović, comissária do Conselho da Europa (COE), formado por 47 das 50 nações do continente.

    Mijatović baseou suas observações em encontros com ministros do governo húngaro e grupos da sociedade civil durante uma visita de cinco dias à Hungria, em fevereiro. Suas críticas alvejaram principalmente a “rejeição sistêmica” de pedidos de refúgio.

    Alertando para o “uso excessivo de violência” da polícia húngara para deter migrantes ilegais, a comissária denunciou uma política que chega a negar comida àqueles que tiveram o pedido de asilo negado.

    Orbán declarou estado de crise na Hungria em 2015, alegando uma “imigração em massa” no país. Para frear o suposto fenômeno, ele construiu uma cerca reforçada por arames em toda fronteira sul da Hungria, nos limites com a Sérvia.

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    (Com Reuters)

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