O terrorista Amedy Coulibaly afirmou, em entrevista à emissora francesa BFM-TV, antes de ser morto pela polícia, que os ataques realizados em janeiro, em Paris, foram sincronizados. A investigação encontrou elementos que confirmam a declaração. Segundo reportagem do jornal Le Monde publicada nesta terça-feira, Coulibaly e um dos irmãos Kouachi trocaram mensagens de texto no dia 7 de janeiro, pouco mais de uma hora antes do massacre que deixou 12 mortos no Charlie Hebdo.
Citando fontes ligadas à investigação, o diário francês afirmou que o conteúdo das mensagens não é conhecido, apenas a hora em que foram enviadas, o remetente e o destinatário. Coulibaly tinha treze linhas telefônicas e uma delas foi destinada unicamente para a troca de informações sobre os atentados – o aparelho serviu somente para enviar seis mensagens de texto.
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As investigações apontam ainda que Chérif Kouachi e Amedy Coulibaly se encontraram nas primeiras horas do dia do atentado. Chérif e Said Kouachi foram os responsáveis pela morte de cartunistas e outros funcionários da publicação, enquanto Coulibaly assassinou uma policial e depois fez vários reféns em um supermercado kosher, em uma ação que terminou com quatro mortos. Os três terroristas foram mortos pelas forças policiais.
O Le Monde revelou ainda uma informação intrigante. Segundo as investigações, o atentado contra o Charlie Hebdo poderia ter sido cancelado na véspera, por causa de uma gastroenterite que atacou Said Kouachi. Mesmo com o problema de saúde, ele decidiu manter o plano e encontrou o irmão para seguir com o plano macabro.
O braço da Al Qaeda no Iêmen declarou estar por trás do ataque ao Charlie Hebdo. Coulibaly declarou ser ligado ao Estado Islâmico.