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Parlamento do Iraque decidirá se expulsa tropas dos EUA de seu território

Líderes xiitas pressionam por decisão que forçaria os Estados Unidos a retirar 5.200 soldados do país

Por Da Redação Atualizado em 7 jan 2020, 09h52 - Publicado em 5 jan 2020, 10h13

Parlamentares iraquianos devem usar uma sessão especial convocada para esse domingo, 5, para votar sobre a expulsão de tropas americanas do país. Atualmente há 5.200 soldados americanos em território iraquiano.  A sessão foi convocada após um ataque aéreo dos EUA na quinta-feiras que matou o comandante militar iraniano Qasem Soleimani e o líder da milícia iraquiana Abu Mahdi al-Muhandis no aeroporto de Bagdá, capital do Iraque. 

Desde o ataque, líderes políticos xiitas iraquianos, alinhados a Soleimani, pedem a expulsão de tropas dos EUA do Iraque.  “Não há necessidade da presença de forças americanas após derrotar o Daesh (Estado Islâmico)”, disse Ammar al-Shibli, legislador xiita e membro do comitê jurídico parlamentar. “Temos nossas próprias forças armadas que são capazes de proteger o país”, afirmou à agência Reuters.

A sessão deve ser uma das mais tensas de sua história: os pró-Irã já anunciaram que os ausentes e os que se opuseram à votação serão considerados “traidores da pátria”, enquanto as minorias curdas e sunitas tentam salvar a presença americana que contrabalança a crescente influência do Irã no país.

Apesar de décadas de inimizade entre o Irã e os Estados Unidos, a milícia apoiada pelo Irã e as tropas americanas lutaram lado a lado durante a guerra do Iraque de 2014-2017 contra militantes do Estado Islâmico.

O primeiro-ministro do Iraque Adel Abdul Mahdi, pediu na sexta-feira que o parlamento convoque uma sessão extraordinária para tomar medidas legislativas para proteger a soberania do Iraque. Ele não especificou que isso deveria significar uma discussão sobre a retirada das tropas americanas. Hadi al-Amiri, o principal candidato a suceder Muhandis, repetiu seu pedido para que as tropas americanas deixem o Iraque no sábado, durante uma procissão fúnebre para os mortos no ataque.

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Muitos iraquianos, incluindo opositores de Soleimani, expressaram sentimentos contrários aos EUA pela morte ter acontecido em solo iraquiano e, com isso, potencialmente arrastar o país para outro conflito.

Na cidade petrolífera de Basra, no sul, dezenas de manifestantes se reuniram perto do campo petrolífero de West Qurna 1, operado pela grande Exxon Mobil dos EUA, para condenar o ataque. Alguns manifestantes estavam carregando uma faixa que dizia: “Não pelas ações de um estúpido Trump”. O temor mundial é que um possível conflito na região faça disparar o preço do petróleo, afetando economias do mundo inteiro. Na sexta-feira, autoridades petrolíferas iraquianas disseram que o encontro não afetou as operações de petróleo no campo.

Dezenas de cidadãos norte-americanos que trabalham para empresas petrolíferas estrangeiras em Basra deixaram o país na sexta-feira, depois que a embaixada dos EUA instou todos os cidadãos a deixar o Iraque imediatamente.

Na cidade de Nassiriya, no sul, pelo menos um manifestante foi morto e três ficaram feridos quando membros da milícia carregando caixões simbólicos para Soleimani e Muhandes tentaram entrar em seu campo de protesto e tiros foram disparados, disseram fontes policiais e médicas.

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Ataques

No sábado, após manifestações em várias cidades do Iraque em homenagem a Soleimani, foguetes caíram na Zona Verde de Bagdá, onde está localizada a embaixada americana, e numa base aérea que abriga soldados americanos. Nos últimos dois meses, dezenas de foguetes atingiram áreas onde diplomatas e soldados dos EUA estão localizados. Um funcionário americano terceirizado foi morto num desses ataques no final de dezembro, no que especialistas chamaram de guerra por procuração entre o Irã e os Estados Unidos em solo iraquiano.

Por medo de represálias, a Otan suspendeu suas operações no Iraque e a coalizão reduziu suas operações, fortalecendo também a segurança das bases onde os americanos estão posicionados. Washington, por sua vez, anunciou o envio de 3.000 a 3.500 soldados adicionais à região.

(Com AFP e Reuters)

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