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Para Obama, queimar Corão é ‘destrutivo e perigoso’

Presidente alerta que plano de igreja é incentivo à rede Al Qaeda. Pastor agora diz que aceitaria repensar decisão se recebesse pedido

Por Da Redação
9 set 2010, 11h04

O presidente Barack Obama classificou de “destrutiva e perigosa” a iniciativa de uma igreja evangélica da Flórida que planeja uma cerimônia agressiva para lembrar os nove anos do 11 de Setembro Em uma entrevista ao canal de TV ABC, o presidente afirmou que a queima do Corão pode incentivar uma nova onda de recrutamento das organizações islâmicas radicais, como a Al Qaeda.

“Podem ocorrer graves atos de violência em locais como o Paquistão ou o Afeganistão, além de aumentar o recrutamento de voluntários que desejam se explodir em cidades americanas ou cidades europeias”, disse Obama. A igreja da Flórida vem ignorando as críticas e mantém seus planos de queimar em torno de 200 exemplares do Corão.

Apesar das condenações feitas por funcionários americanos, militares e líderes religiosos mundiais, a igreja informava até a quarta-feira que mantinha os planos de queimar livros sagrados do islã no aniversário dos ataques de 11 de Setembro. “Achamos que essa mensagem é importante. Queremos que os terroristas saibam que, se estão na América, precisam obedecer as nossas leis e Constituição, e não empurrar a agenda deles sobre nós”, disse o pastor Terry Jones.

Nesta quinta, porém, o líder religioso abriu as portas para um possível recuo. Em entrevista ao jornal USA Today, ele disse que aceitaria suspender a queima do Corão se isso fosse pedido diretamente pelo governo. Jones contou que não recebeu nenhuma mensagem da Casa Branca ou do Pentágono, mas avisou: “Se isso acontecesse, certamente voltaríamos a pensar. Uma ligação deles não seria algo que se pode ignorar.”

Nesta quinta-feira, o mundo muçulmano decidiu apelar ao presidente para tentar evitar a queima de cópias do Corão pelo pastor, da igreja Dove World Outreach. Os presidentes dos dois maiores países islâmicos, o indonésio Susilo Bambang Yudhoyono e o paquistanês Asif Ali Zardari, foram os porta-vozes desse apelo.

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As declarações dos dois líderes colocam Obama sob pressão para tentar impedir a cerimônia de queima do Corão, marcada para o próximo sábado. A igreja Dove World Outreach Center, com sede em Gainesville, Flórida, anunciou que pretende queimar os exemplares do livro sagrado islâmico para recordar as mortes de quase 3.000 pessoas nos atentados.

Representantes dos governos da Malásia, da Índia e do Kuwait também se manifestaram contra a ação. Na terça-feira, o general David Petraeus, comandante das tropas dos EUA e responsável máximo pela missão da Otan no Afeganistão, advertiu que a queima do Corão “pode causar problemas significativos” para as forças americanas em países muçulmanos e representa um sério risco para a segurança de soldados e até civis, “não apenas em Cabul, mas em todas as partes do mundo”.

Leia no blog de Reinaldo Azevedo:

“Então os EUA são obrigados quase a se desculpar preventivamente com o ‘mundo islâmico’ – como se ele fosse um só, o que é mentira – porque um cretino anuncia que vai queimar um exemplar do Corão? Por quê? ‘Ah, porque os radicais podem reagir. Bem, então, definitivamente, os EUA e, de certo modo, o mundo se tornaram todos reféns não exatamente do islamismo, mas de sua vertente terrorista, que espalha o pânico.'”

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