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Para Karzai, vazamento de arquivos é “escandaloso” e coloca vidas em risco

Os documentos foram divulgados, no último domingo, pelo site Wikileaks

Por Da Redação
29 jul 2010, 11h23

O presidente afegão, Hamid Karzai, classificou como “irresponsável” e “escandaloso” o vazamento de documentos militares secretos com nomes de informantes afegãos pelo site Wikileaks e destacou que vidas foram colocadas em risco.

“Meu porta-voz me disse que nesses documentos são revelados os nomes de alguns afegãos que cooperam com as forças internacionais”, declarou Karzai durante uma coletiva de imprensa em Cabul, nesta quinta-feira. “É extremadamente irresponsável e escandaloso porque, independentemente da legitimidade da ação desse agente ao dar informações às forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), isso envolve vidas. E essas vidas agora estão em perigo”, denunciou.

“Devemos examinar o contexto em que são mencionados esses nomes, e atuar a partir disso. É um assunto muito grave “, acrescentou, insistindo na necessidade de proteger os afegãos que arriscaram suas vidas para passar as informações.

Informantes afegãos – O jornal britânico The Times afirmou que, depois de apenas duas horas revisando os documentos, seus repórteres identificaram dezenas de nomes de afegãos que teriam passado informações precisas para as forças americanas. O Times deu como exemplo um documento de 2008 que incluía uma entrevista detalhada com um combatente talibã, que planejava desertar. O homem, que cita nominalmente comandantes do grupo radical e se refere a outros potenciais desertores, também é identificado. Os nomes de seu pai e seu povoado foram igualmente expostos.

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Em outro relatório, datado de 2007, um alto dirigente acusa personalidades do governo de corrupção. Os documentos também revelam nomes de mediadores, que facilitaram encontros entre talibãs que desejavam entregar as armas, além dos locais e datas destas reuniões.

Repercussão – O Departamento de Defesa americano já havia criticado energicamente a publicação desses arquivos, no último domingo. Além de colocar vidas em perigo, o Pentágono disse que a divulgação dos documentos pode prejudicar o trabalho dos serviços secretos.

O Exército americano abriu uma investigação criminal, na última terça-feira, sobre o caso.

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Wikileaks – O fundador do site Wikileaks, responsável pelo vazamento, defendeu a divulgação dos arquivos. Segundo ele, os papéis mostram que a coalizão internacional pode ter cometido “crimes de guerra”.

“Quem tem que decidir se o vazamento foi ilegal é a justiça. No entanto, à primeira vista, parece que há provas de crimes de guerra nestes documentos”, afirmou Julian Assange em uma entrevista coletiva.

No total, 92.000 documentos foram divulgados pelo Wikileaks com detalhes inéditos da guerra no Afeganistão, retirados dos arquivos do Pentágono e de outros relatórios sobre operações no período entre 2004 a dezembro de 2009.

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(Com agência France-Presse)

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