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Paquistão liberta piloto indiano capturado em ataque aéreo

Abhinandan Varthaman ganhou status de celebridade e seu retorno à Índia. Ele foi transferido por um posto de fronteira entre os países

Por Da Redação
1 mar 2019, 14h50
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  • O Paquistão libertou nesta sexta-feira, 1º, o piloto indiano capturado em seu território após um ataque aéreo na última quarta-feira 27. Ele foi devolvido à Índia pelo posto fronteiriço de Wagah, em um gesto de paz que pretende reduzir a tensão entre as duas nações com capacidade nuclear.

    Abhinandan Varthaman, um comandante da Aeronáutica, entrou na Índia pouco antes das 21h (12h30 em Brasília). O piloto vestia roupas civis e foi acompanhado de uma diplomata paquistanesa e três soldados, mostraram imagens transmitidas ao vivo pela televisão estatal do Paquistão.

    Durante o ataque aéreo, o primeiro entre os dois países nos últimos 48 anos, ele foi capturado após ter sua aeronave alvejada, mas sua prisão foi suspensa pelo primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, já na quinta-feira 28 em um comunicado ao Parlamento.

    Khan afirmou que tentou conversar com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para diminuir as tensões. O premiê indiano não respondeu à iniciativa, mas o Paquistão quis reiterar a oferta de negociações para Nova Délhi com a libertação do piloto.

    Nesta quinta, o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, informou que a transferência do militar seria feita na tarde desta sexta no horário local, mas a operação sofreu atrasos e as autoridades indianas confirmaram que Varthaman estava sob sua custódia apenas no meio da noite. Sua família voou de Chennai para a capital Nova Délhi na madrugada, sendo aplaudida de pé por outros passageiros. De lá, eles dirigiram para Amritsar, a cidade mais próxima a fronteira de Wagah.

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    O final feliz de Varthaman levou uma multidão para as proximidades do portão de fronteira na Índia. Ele ganhou o status de celebridade e uma contagem regressiva para o seu retorno era exibida nas redes de televisão locais, enquanto as pessoas entoavam cantos, dançavam e exibiam bandeiras indianas. Um produtor de Bollywood, a indústria cinematográfica do país, já patenteou o título “Abhinandan” para uma futura produção.

    O destino do piloto era alvo de preocupação depois da publicação de uma série de vídeos em que ele era agredido por uma multidão perto do local em que sua aeronave foi abatida. Outras imagens também mostravam ele sendo interrogado por autoridades paquistanesas enquanto usava uma venda e um uniforme ensanguentado.

    Abhinandan forneceu seu nome, patente e religião mas quando questionado sobre outras informações, respondia apenas: “Me desculpe, senhor, isso é tudo que estou autorizado a lhe contar.”

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    O “gesto de paz” paquistanês acontece em meio a uma escalada militar sem precedentes entre os dois países nos últimos anos, depois que a Índia assegurou ter bombardeado na terça-feira 26 um acampamento do grupo terrorista Jaesh-e-Mohammed (JeM) em território paquistanês.

    Antes, em 14 de fevereiro, o JeM reivindicou um atentado com carro-bomba a um comboio das forças de segurança na Caxemira indiana. 42 policiais morreram no que foi o ataque mais sangrento em três décadas de conflito na disputada região. Nova Délhi acusa o governo paquistanês de apoiar os terroristas.

    Como resposta, o Paquistão anunciou na quarta-feira 27 a derrubada de dois caças indianos e a captura de Abhi Nandan, além de um bombardeio contra a Caxemira indiana. O ataque não causou baixas nem danos.

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    Conflito histórico

    A Caxemira é reivindicada por Índia e Paquistão desde o fim da colonização britânica em 1947 e está dividida entre os dois países.

    Em 1949, tentando resolver o impasse, a Organização das Nações Unidas (ONU) cedeu um terço da Caxemira aos paquistaneses e dois terços aos indianos. Desde então, a Índia enfrenta os desafios de tutelar uma região de maioria muçulmana, culturalmente isolada no país, o que criou movimentos separatistas já no fim dos anos 1980.

    De acordo com analistas, a Índia mantém 500.000 soldados mobilizados em sua região, o que faz desta uma das zonas mais militarizadas do mundo

    (com Agência EFE, Estadão Conteúdo)

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