Papa tem encontro histórico com líder ortodoxo: ‘Irmãos’
Reunião em Havana é a primeira em quase 1.000 anos, desde a cisma que dividiu os ramos ocidental e oriental do cristianismo em 1054. 'Finalmente!', exclamou Francisco
Por Da Redação
12 fev 2016, 19h43
O papa Francisco se reuniu com o patriarca ortodoxo russo Cirilo nesta sexta-feira, em Cuba, no primeiro encontro entre os líderes das duas Igrejas em quase 1.000 anos, desde a cisma que dividiu os ramos ocidental e oriental do cristianismo em 1054.
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“Finalmente!”, exclamou Francisco ao abraçar o líder ortodoxo em uma sala no aeroporto de Havana. O papa vestia um traje branco e solidéu, enquanto Cirilo usava um chapéu cerimonial comprido branco e roupa preta. “Nós somos irmãos”, disse Francisco. A dupla se cumprimentou com três beijos no rosto e conversou com a ajuda de tradutores. “Agora as coisas estão mais fáceis”, comentou Cirilo.
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O encontro foi motivado pela onda de perseguição de jihadistas islâmicos contra cristãos na África e no Oriente Médio – tema que foi o centro das conversas entre Francisco e Cirilo. A reunião, porém, também teve tom político por causa das divergências entre a Rússia e o Ocidente nos conflitos na Síria e na Ucrânia.
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Os dois líderes religiosos divulgaram uma declaração conjunta após o encontro. No documento, os dois líderes religiosos se declararam prontos para tomar as medidas necessárias para superar as diferenças históricas, dizendo que não são competidores, mas irmãos. Francisco e Cirilo também pediram para que líderes políticos tomem uma atitude sobre a situação dos cristãos no Iraque e na Síria, onde os fiéis estão sendo mortos e expulsos de suas casas pelo grupo jihadista Estado Islâmico. “Em muitos países do Oriente Médio e do Norte da África, famílias inteiras de irmãos e irmãs em Cristo estão sendo exterminadas, cidades e vilas inteiras”, diz a declaração.
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Os dois foram convidados pelo governo cubano, aliado da Rússia. Cirilo chegou em Havana na quinta-feira, enquanto Francisco desembarcou nesta sexta e deve permanecer poucas horas em Cuba antes de seguir viagem para o México, onde fará uma visita de cinco dias. O pontífice argentino teve participação decisiva na reaproximação dos Estados Unidos e de Cuba, que retomaram relações diplomáticas em 2015, depois de 54 anos.
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