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Papa Francisco está errado sobre Malvinas, diz Cameron

Primeiro-ministro britânico comentou declaração do papa, ex-arcebispo de Buenos Aires, de que arquipélago é território argentino

Por Da Redação
15 mar 2013, 18h24

O primeiro-ministro britânico David Cameron afirmou nesta sexta-feira que Jorge Bergoglio, agora papa Francisco, estava errado ao dizer, no ano passado, que a Grã-Bretanha havia “usurpado” as ilhas Malvinas da Argentina.

Depois da eleição de Bergoglio, a revista britânica The Time publicou reportagem lembrando de uma missa realizada em abril do ano passado, no aniversário de 30 anos da Guerra das Malvinas, na qual Bergoglio disse aos fiéis que todos estavam ali para “rezar pelos que caíram, filhos da pátria que foram defender sua pátria mãe, e reclamar o que é da pátria e lhe foi usurpado”, conforme relatado à época pela agência de notícias católicas ACIprensa.

A declaração de Cameron foi feita durante uma entrevista coletiva em Bruxelas, na Bélgica. Ao ser questionado se concordava com o papa em relação à disputa pelas ilhas, disse: “Não concordo com ele – respeitosamente, é claro”. “Houve um referendo extraordinariamente claro nas Malvinas e eu acho que essa é uma mensagem a todos no mundo de que as pessoas nas ilhas escolheram de forma muito clara o futuro que desejam, e que esta escolha deve ser respeitada por todos”.

Em votação encerrada na última segunda-feira, 99,8% dos kelpers, como são chamados os habitantes das ilhas, foram a favor da manutenção do status de território ultramarino britânico. O ex-arcebispo de Buenos Aires havia anteriormente descrito o arquipélago como “solo argentino”.

“A fumaça branca sobre as Malvinas foi muito clara”, disse o premiê britânico, em referência ao sinal usado para indicar que um novo papa foi eleito.

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Kirchner – O governo argentino não reconhece o referendo, dando continuidade ao discurso de soberania sobre as ilhas. Também em declarações da presidente Cristina Kirchner, o novo papa foi envolvido na disputa política. No dia da eleição do novo pontífice, ao discursar em um evento, a presidente desejou “sorte” a Francisco e disse desejar que o novo papa “leve uma mensagem às grandes potências mundiais para que dialoguem”.

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“Que as grandes potências do mundo, que têm armas e poder financeiro, possam ser finalmente convencidas de que devem dar atenção aos países emergentes e que elas se comprometam com um diálogo de civilizações, em que as coisas são resolvidas pela via diplomática e não pela força”.

Sem mencionar o nome das ilhas, Cristina fez uma referência disfarçada à derrota na disputa pelo território e tentou chamar o novo pontífice a se manifestar sobre a questão. Tentativa que não deve ter desdobramentos práticos, uma vez que, na condição de sumo pontífice, Francisco deve se manter neutro sobre o tema.

Em entrevista ao jornal The Guardian, Victor Bulmer-Thomas, membro associado do grupo de análise em relações internacionais Chatham House, afirma que o governo argentino deve usar as palavras do ex-arcebispo de Buenos Aires como propaganda, sem atrair o papa para o debate. “É claro que a Argentina vai se referir às declarações feitas por ele”, disse. “Mas não consigo ver nenhum impacto além disso”.

“Como um bom argentino, foi perfeitamente natural para ele apoiar a posição que da maioria dos argentinos, mas ele agora não está representando os argentinos, mas todos os católicos”, afirma, acrescentando que na longa lista de tarefas que o pontífice tem diante de si, a disputa pelas Malvinas perde importância.

O historiador Michael Walsh disse ao mesmo jornal que Francisco muito provavelmente não dirá nada que possa desagradar um dos dois lados, mas acredita que não tardará em receber um convite para visitar a Grã-Bretanha.

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