O papa Francisco disse neste domingo, 25, estar preocupado com os incêndios que devastam a floresta amazônica. Ele chamou a atenção para a importância do ecossistema ao rezar diante de uma multidão de fiéis que se reuniram na Praça São Pedro, no Vaticano.
“Estamos preocupados com os grandes incêndios que se desenvolveram na Amazônia. Esse pulmão florestal é vital para o nosso planeta”, afirmou o pontífice argentino durante a tradicional oração do Angelus.
O papa, que fará uma grande conferência mundial sobre a Amazônia neste ano, convidou os 1,3 bilhão de católicos de todo o mundo a “rezar para que, graças ao empenho de todos, esses incêndios sejam extintos o mais rápido possível”.
Francisco se reuniu em maio com o líder indígena Raoni, que viajou à Europa para advertir sobre o desmatamento da Amazônia. O líder da etnia Kayapó procurava levantar um milhão de euros para proteger a reserva do Xingu, no Brasil.
Em sua encíclica “Laudato si”, de maio de 2015, o papa apresentou um texto com forte tom social sobre a ecologia, em que denunciou a exploração da floresta amazônica por “enormes interesses econômicos internacionais”.
Neste ano, o pontífice visitou Puerto Maldonado, um vilarejo no sudeste do Peru cercado pela floresta amazônica, para onde milhares de indígenas peruanos, brasileiros e bolivianos haviam convergido. Na ocasião, ele criticou “a forte pressão de grandes interesses econômicos que cobiçam o petróleo, o gás, a madeira, o ouro, as monoculturas agroindustriais”.
Para o papa, esta primeira viagem à Amazônia foi o pontapé para os preparativos da Assembleia Mundial dos Bispos (sínodo) em outubro próximo, dedicada a essa floresta que ocupa 43% do território da América do Sul e onde vivem quase três milhões de indígenas.
Antes da oração do Angelus, Francisco também instou os fiéis a “lutar contra todas as formas de injustiça” e “levar uma vida humilde e boa, uma vida de fé que se traduz em ação concreta”.