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Papa diz em livro que renunciaria se ficasse incapacitado

Bento XVI afirma que não hesitaria em se tornar o primeiro pontífice a renunciar por vontade própria em mais de 700 anos

Por Da Redação
22 nov 2010, 18h07

“Se um papa percebe claramente que não tem mais condições físicas, psicológicas e espirituais de se encarregar dos deveres de seu cargo, ele tem o direito e, sob certas circunstâncias, a obrigação de renunciar”, diz Bento XVII

Em um livro de entrevistas que será lançado na próxima terça-feira, o papa Bento XVI diz que não hesitaria em se tornar o primeiro pontífice a renunciar por vontade própria em mais de 700 anos, caso se sentisse sem condições “físicas, psicológicas e espirituais” de liderar a Igreja. Com franqueza espantosa, Bento XVI, de 83 anos, cogita a possibilidade de algo em que as autoridades católicas não gostam de falar, porque poderia desencadear discussões doutrinais indesejadas.

Intitulado Luz do Mundo: o Papa, a Igreja e o Sinal dos Tempos, o livro repercutiu em todo o mundo por causa da abertura cautelosa manifestada nele pelo papa em relação ao uso de preservativos para impedir a propagação da aids. A publicação também contém reflexões pessoais sobre a saúde de Bento, sua rotina diária e seu futuro.”Se um papa percebe claramente que não tem mais condições físicas, psicológicas e espirituais de se encarregar dos deveres de seu cargo, ele tem o direito e, sob certas circunstâncias, a obrigação de renunciar”, diz.

Na lei canônica, está previsto que um papa pode renunciar, mas essa decisão nunca foi tomada. A única exigência é que o pontífice decida por sua livre vontade, e não é necessário que a renúncia seja aceita por ninguém. Contudo, o fato de a medicina moderna possibilitar a extensão da vida suscita a possibilidade de que um papa acometido do mal de Alzheimer ou que sofra um derrame, por exemplo, possa ficar incapacitado de decidir.

Alguns papas anteriores pensaram em renunciar, mas esse fato só veio à tona após morrerem. O último papa a renunciar por vontade própria foi Celestino V, em 1294, após apenas cinco meses de pontificado. Gregório XII abdicou a contragosto em 1415, para encerrar uma disputa com um candidato rival à Santa Sé.

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Escândalos – No início deste ano, quando o Vaticano esteve envolvido em uma nova onda de escândalos de abusos sexuais, houve chamados para que Bento XVI renunciasse, mas ele diz no livro que não “fugiria” em um tempo de crise.”É possível renunciar em um momento de paz ou quando simplesmente não se tem condições de continuar”, afirma.

Cansaço físico – Bento XVI aparenta estar bem de saúde, mas admite no livro que sente suas forças diminuindo.”É claro que me preocupo com isso às vezes e me pergunto se vou conseguir seguir adiante, desde o ponto de vista puramente físico”, diz ele, falando do esgotamento físico provocado por suas viagens.

(Com agência Reuters)

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