O papa Francisco descartou nesta quarta-feira, 12, a possibilidade de ordenar homens casados como padres na Amazônia. A proposta havia sido aprovada por 128 votos contra 41 no sínodo sobre a floresta, em outubro, como resposta à escassez de sacerdotes na região, mas precisava do aval do pontífice.
Francisco, porém, não mencionou a possibilidade no documento sobre o encontro publicado nesta quarta – indicando sua rejeição à proposta. Na chamada exortação apostólica pós-sinodal, intitulada “Querida Amazônia”, o papa trata do problema da falta de padres, mas não cita a ordenação de homens casados como a solução.
No documento, Francisco pede que bispos latino-americanos incentivem jovens seminaristas “a optarem” pela Amazônia.
“Esta premente necessidade leva-me a exortar todos os bispos, especialmente os da América Latina, a promover a oração pelas vocações sacerdotais e também a ser mais generosos, levando aqueles que demonstram vocação missionária a optarem pela Amazônia”, diz o documento. “Ao mesmo tempo, é oportuno rever a fundo a estrutura e o conteúdo tanto da formação inicial como da formação permanente dos presbíteros, de modo que adquiram as atitudes e capacidades necessárias para dialogar com as culturas amazônicas.”
A possibilidade de ordenação de homens casados na Amazônia era criticada pela ala conservadora do Vaticano, que via na proposta um primeiro passo para a extinção do celibato na Igreja Católica.