Palestinos protestam contra Obama após discurso na ONU
Presidente se declarou contrário a pedido de adesão de estado à organização
Cerca de 1.000 palestinos protestaram nesta quinta-feira em Ramallah, a capital política da Cisjordânia, para denunciar o presidente americano, Barack Obama, acusado de trair a causa palestina na ONU. Os manifestantes, reunidos perto da Muqataa, a sede da presidência da Autoridade Palestina, exibiam faixas com as frases “Vergonha dos que se dizem democratas” e “América é a cabeça da serpente”.
Entenda o caso
- • Diante do fracasso do acordo de paz com Israel, a Autoridade Nacional Palestina decidiu propor à Assembleia Geral da ONU votação a favor da criação de um estado palestino nas fronteiras antes de 1967, tendo Jerusalém Oriental como capital.
- • No pleito, marcado para 20 de setembro, os 193 países-membros podem votar e, se aprovada a criação do 194ª estado, a decisão seguirá para o Conselho de Segurança, onde EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha tem poder de veto – e tudo indica que os americanos o usarão.
- • As negociações de paz entre israelenses e palestinos chegaram a ensaiar um retorno, por intermédio dos Estados Unidos, que defendem que só é possível criar um estado palestino realmente significativo a partir da retomada do diálogo – empacado diante da recusa israelense de parar assentamentos judeus em territórios palestinos ocupados.
No discurso, considerado pelos palestinos “pró-israelense”, Obama se declarou contrário ao pedido de adesão plena de um estado palestino às Nações Unidas. Ele reafirmou no discurso que não existe um atalho para a paz no Oriente Médio. O principal sindicato palestino convocou manifestações na sexta-feira em todo o mundo árabe diante das embaixadas americanas.
Um alto funcionário do ministério palestino da Informação, Mutawakil Taha, acusou Obama de atuar “como um colono israelense”. “Quarenta e dois vetos americanos na ONU permitiram a Israel continuar impondo o apartheid na região. O discurso de Obama desmascarou os Estados Unidos, que fingem apoiar as revoluções árabes”, declarou à agência AFP.
(Com agência France-Presse)