Países árabes apoiam operação militar na Líbia, diz França
Paris e Londres ainda insistem em uma neutralização dos meios aéreos líbios
Vários países árabes estão dispostos a participar de maneira efetiva em uma operação militar na Líbia, afirmou nesta quarta-feira em seu blog o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé. Para ele, “ainda não é muito tarde para intervir” em Trípoli. O ministro sugeriu novamente uma neutralização dos meios aéreos com ataques dirigidos. “É o que França e Grã-Bretanha propõem há duas semanas”, acrescentou.
“Muitos países árabes nos garantiram que participariam em operações militares contra a Líbia se existisse um mandato da ONU neste sentido. Somente a ameaça do uso da força pode deter Kadafi”, escreveu Juppé. Segundo o chefe da diplomacia francesa, “o ditador líbio conseguiu inclinar a balança, bombardeando, com as dezenas de aviões e helicópteros com que realmente conta, as posições dos opositores”.
Para que a medida seja tomada, no entanto, o ministro coloca duas condições necessárias: “Uma é obter um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, única fonte de direito internacional em termos de uso da força, e a outra é atuar não apenas com o apoio, mas com a participação efetiva dos países árabes”.
Apoio – No último sábado, a Liga Árabe mostrou-se a favor da criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia e de contatos com o Conselho Nacional de Transição, que reúne a oposição, conforme anunciaram diplomatas que participaram de uma reunião extraordinária da organização, no Cairo.
Os ministros árabes de Relações Exteriores “resolveram de comum acordo convidar o Conselho de Segurança (das Nações Unidas) a assumir suas responsabilidades, estabelecendo uma zona de exclusão aérea para proteger o povo líbio”, declarou um desses diplomatas que preferiu não ter o nome divulgado. “A decisão foi aprovada pelos ministros árabes, com exceção dos representantes de Argélia e Síria”, acrescentou.
A Liga Árabe é integrada por 22 países, mas o regime líbio do coronel Muamar Kadafi foi excluído das reuniões depois da repressão aos rebeldes. “Os ministros decidiram abrir canais de contato com o Conselho Nacional de Transição (CNT) na Líbia”, disse a fonte.
(Com agência France-Presse)