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Padre diz que Igreja do Brasil não sabe enfrentar a pedofilia

Cidade do Vaticano, 8 fev (EFE).- Os bispos católicos do Brasil ‘não têm nem ideia’ do que devem fazer para enfrentar os casos de clérigos pedófilos, afirmou nesta quarta-feira o padre brasileiro Edênio Vale no simpósio organizado pelo Vaticano sobre a pederastia realizado na Pontifícia Universidade Gregoriana. Vale, da congregação do Verbo Divino, analisou perante […]

Por Da Redação
8 fev 2012, 14h59
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  • Cidade do Vaticano, 8 fev (EFE).- Os bispos católicos do Brasil ‘não têm nem ideia’ do que devem fazer para enfrentar os casos de clérigos pedófilos, afirmou nesta quarta-feira o padre brasileiro Edênio Vale no simpósio organizado pelo Vaticano sobre a pederastia realizado na Pontifícia Universidade Gregoriana.

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    Vale, da congregação do Verbo Divino, analisou perante representantes de 110 conferências episcopais e 30 ordens religiosas a situação da Igreja no Brasil, onde ‘milhões de famílias vivem em condições de miséria e abandono, o que faz com que as crianças sejam mais vulneráveis a indivíduos sexualmente imaturos’, disse.

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    O religioso denunciou que enquanto os meios de comunicação brasileiros informam amplamente os casos de abusos sexuais a menores que ocorrem no mundo, reagem moderadamente em relação aos casos nacionais.

    ‘Formulo a hipótese que essa relativa moderação no tocante aos escândalos dos sacerdotes católicos se deva ao fato que a pedofilia e a efebofilia são um comportamento culturalmente mais tolerado no Brasil que nos países da Europa e da América do Norte’, afirmou.

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    Vale lembrou a considerável presença de prostituição infantil, sobretudo feminina, e o peso do turismo sexual em algumas capitais e cidades turísticas ‘que atraem europeus justamente pela facilidade que encontram aqui para a exploração sexual de menores’.

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    Em relação à atuação da Igreja brasileira contra esses casos, Vale frisou que há uma ‘certa perplexidade’ por parte dos bispos sobre o que é preciso fazer, acrescentando que outros críticos ‘mais severos’ pensam que há uma falta de ‘vontade política por parte do clero em geral’.

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    ‘Que eu saiba, a Igreja não está programando medidas e procedimentos efetivos em curto, médio ou longo prazo. Não está debatendo seriamente problemas de fundo. Há, isso sim, iniciativas pontuais de pessoas ou grupos, mas não uma resposta coerentemente pensada e posta em prática em termos gerais’, continuou.

    Edênio Vale comentou que no Brasil não há lugares onde acolher, recuperar e curar as vítimas, que, em geral, ‘são apenas retiradas de cena’, denunciou.

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    Segundo o religioso, as medidas adotadas pelos bispos costumam ser improvisadas e paliativas.

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    ‘Não há centros especializados atender nem os sacerdotes, nem suas vítimas. É dada pouca atenção às consequências que têm os comportamentos dos abusadores para a comunidade na qual cometem os abusos’, salientou.

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    Vale destacou que ultimamente, ‘perante a insistência’ da Santa Sé, dá-se mais atenção à pederastia, ‘apesar das medidas parecem limitar-se mais à aplicação de sanções canônicas, como a suspensão das ordens’.

    O padre se mostrou convencido que no Brasil as penas de clérigos pedófilos trarão consigo consequências financeiras para as dioceses e para as congregações religiosas, como ocorreu em outros países, entre eles os Estados Unidos.

    Vale concluiu dizendo que o problema do abuso sexual entre o clero católico ‘não tem nem terá uma solução fácil em curto prazo’, e que suspeita que há ‘silêncios’ e que ‘certas verdades não estão sendo ditas’. EFE

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