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Otan enfrenta nova era, com EUA voltados para a Ásia

Com os olhos voltados para a Ásia, os Estados Unidos buscarão, no futuro, um papel menos dominante na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apesar de continuarem contando com seus aliados europeus quando for necessário, dizem os especialistas. A ênfase que Washington deu à região Ásia-Pacífico não torna a Otan irrelevante, mas a mudança […]

Por Por Dan De Luce
17 Maio 2012, 14h38
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  • Com os olhos voltados para a Ásia, os Estados Unidos buscarão, no futuro, um papel menos dominante na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apesar de continuarem contando com seus aliados europeus quando for necessário, dizem os especialistas.

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    A ênfase que Washington deu à região Ásia-Pacífico não torna a Otan irrelevante, mas a mudança abre uma nova era em que os países europeus deverão estar prontos para lidar com os problemas de segurança de sua vizinhança sem esperar que os americanos assumam a responsabilidade.

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    Para a cúpula da Otan em Chicago (norte dos EUA) no domingo, a mensagem de Washington é “não contem conosco para tudo”, disse Barry Pavel, um ex-alto funcionário do Pentágono e da Casa Branca.

    Naqueles desafios que não constituem uma ameaça para todos os membros da aliança, como “as Bósnias e os Kosovos, os Estados Unidos não vão estar lá todo o tempo”, disse à AFP Pavel, agora integrante do centro de estudos Atlantic Council.

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    A guerra aérea da Otan contra a Líbia ano passado, em que os europeus lideraram a operação com apoio dos Estados Unidos e dos países do Golfo Pérsico (que não integram a OTAN), é um exemplo de como a aliança pode evoluir.

    Mas para que esse modelo tenha êxito, os membros europeus da Otan deverão investir em aviões, armas e treinamento, segundo os analistas.

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    A intervenção na Líbia expôs sérias deficiências do poder militar europeu e uma lacuna transatlântica de suas capacidades, com os Estados Unidos muito além de seus sócios.

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    Em um de seus últimos discursos como secretário de Defesa americano, Robert Gates fez uma severa advertência de que, se os governos da Europa não aprendessem com as lições da operação na Líbia e em investir em suas forças armadas, a Otan enfrentaria “um futuro sombrio, senão obscuro”.

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    Gates, um veterano da Guerra Fria, disse que sem uma mudança nas presentes tendências, a próxima geração de líderes americanos poderiam considerar que não vale a pena investir na aliança atlântica.

    Apesar de o Pentágono planejar retirar duas brigadas do Exército da Europa, os Estados Unidos estão firmemente comprometidos com a Otan, com um papel de protagonistas na defesa de mísseis do continente, com as operações navais contra a pirataria na região do Chifre da África e com a guerra liderada pela aliança no Afeganistão.

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    Ao destacar a importância do surgimento da China, os Estados Unidos esperam incentivar seus sócios da Otan a prestar mais atenção na Ásia e forçar laços de segurança com países que têm fortes vínculos com Washington, incluindo Japão, Coreia do Sul e Austrália, dizem os especialistas.

    Apesar da divulgada viagem de autoridades americanas à Ásia, a crise sobre o programa nuclear do Irã continua sendo uma alta prioridade em ambos os lados do Atlântico, que poderia levar a Otan a ações tanto diplomáticas como militares.

    Se o Irã lançar um míssil balístico, este poderá ser detectado pelos novos radares de defesa de mísseis da Otan na Turquia, ou pelos radares da aliança nos navios aportados no Mediterrâneo, de acordo com um estudo do qual participou Pavel.

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    “Assim, um único míssil balístico iraniano em uma crise no Golfo levará quase automaticamente à consulta do Artigo 5, e em alguns casos, a operações por parte da aliança”, afirmou Pavel no estudo, em alusão à carta da Otan que considera um ataque contra um integrante como uma ameaça para todos.

    Com a manutenção da paz, assistência humanitária e ação militar como último recurso, a Otan continua sendo “a principal resposta mundial”, disse Nicholas Burns, ex-diplomata americano que foi embaixador da Otan entre 2001 e 2005.

    Burns lembrou quando o ex-presidente americano George W. Bush buscou atuar de forma unilateral, à margem de seus sócios, em uma iniciativa que teve consequências desastrosas.

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    Os unilateralistas “eram os que diziam, particularmente depois de 11 de setembro: é a nosso modo (…) e se não estão conosco, estão contra nós, e o faremos sozinhos se for necessário”, disse.

    “Mas descobrimos como é isso, e não funcionou muito bem para nosso país”, disse Burns em um discurso em março.

    Enquanto as atenções de Washington para a Ásia alteram alguns integrantes da aliança, a Europa é de longe o principal sócio comercial dos Estados Unidos e representa “a maior coleção de aliados americanos no mundo”, afirmou.

    “A Europa ainda importa e é um lugar de vital importância para os Estados Unidos, e a Otan continua sendo nossa instituição vital”, disse Burns.

    “Quando as coisas não andam bem, os Europeus estão do nosso lado, descobri isso algumas vezes ao longo da minha carreira”, afirmou.

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