Caracas, 31 mai (EFE).- A oposição da Venezuela classificou nesta quinta-feira como ‘míopes’ e ‘lamentáveis’ as declarações do presidente do PT, Rui Falcão, sobre dar ‘apoio total’ ao líder do país, Hugo Chávez, para as eleições do dia 7 de outubro.
‘O que nós refutamos ao porta-voz do PT é que essa visão não necessariamente reflete a opinião dos setores políticos brasileiros sobre a realidade venezuelana’, disse à Agência Efe o coordenador adjunto da Área Internacional da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Edmundo González.
González se referiu assim às declarações feitas nesta quarta-feira pelo presidente do PT em entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros na qual anunciou que pretende viajar a Caracas para manifestar a ‘simpatia e apoio’ do partido ao presidente Chávez rumo ao pleito de outubro.
Para o dirigente opositor venezuelano, essas considerações são ‘míopes e lamentáveis’, segundo um comunicado emitido nesta quinta-feira pela MUD.
‘Não estamos desqualificando ninguém. O que estamos dizendo é que nós temos um grande respeito pela democracia no Brasil e que as opiniões que o dirigente do PT refletiu não representam as opiniões que os setores majoritários brasileiros devem ter sobre a situação venezuelana’, ressaltou González.
O dirigente opositor louvou o ‘desenvolvimento político, econômico’ e os ‘avanços em matéria social, de equidade, de incorporação de setores desfavorecidos’ que se desenvolveram no Brasil com o ‘esforço conjunto de seus diferentes governos democráticos’.
‘E tudo isso aconteceu em um marco de amplitude, de tolerância, de liberdades democráticas, e essas não são precisamente as condições existentes na Venezuela’, ressaltou González.
O candidato presidencial da oposição e governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, se declarou diversas vezes seguidor do modelo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No dia 7 de outubro, Capriles enfrentará nas urnas o presidente Chávez, que espera conseguir sua terceira reeleição consecutiva e seguir outros seis anos à frente do governo. EFE