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Oposição síria mostra primeiros sinais de divisão

Líder do Conselho Nacional Sírio afirma que está pronto para renunciar

Por Da Redação
17 Maio 2012, 18h23
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  • O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal núcleo opositor, mostrou nesta quinta-feira sinais evidentes de divisão, a ponto de o líder Burhan Ghalioun dizer que estava pronto para renunciar assim que um novo dirigente for eleito. Ghalioun vem enfrentando fortes críticas à sua reeleição, na última terça-feira. Algumas horas antes dele declarar que está pronto a renunciar, os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que organizam a resistência militar no campo de batalha, ameaçaram sair do CNS. Eles se queixam do que chamam de ‘monopólio do poder’ dentro do conselho e da grande influência da Irmandada Muçulmana, que pouco se integra aos grupos combatentes.

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    Entenda o caso

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    1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
    2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
    3. • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.

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    Ghalioun disse nesta quinta-feira que não aceitará “ser o candidato da divisão”. “Renunciarei depois que um novo candidato for escolhido, seja por consenso ou por novas eleições”, anunciou. Defensor de uma esquerda nacionalista árabe, nutrida pela Irmandade Muçulmana, Ghalioun emergiu como única personalidade capaz de unir múltiplas tendências (islamitas, nacionalistas, liberais) dentro do CNS. Mesmo contestado pelas LCCs, ele acabou sendo reeleito diversas vezes por falta de união em torno de outro nome. Para evitar uma ‘ditadura’ interna, o regulamento do CNS estipula mandatos de três meses a cada líder, que deve ser eleito pelo movimento.

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    O racha dentro da oposição ajuda a entender a razão de o governo se manter firme após mais de 14 meses de revolta. O regime de Assad conta também, no cenário internacional, com o forte apoio da Rússia, cujo primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, alertou os ocidentais para intervenções militares “precipitadas” que podem levar extremistas ao poder, causar conflitos regionais e até uma guerra nuclear.

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    Bombardeios – Enquanto os oposicionistas brigavam pelo poder no CNS, o governo intensificou os bombardeios em Rastan, importante reduto do rebeldes, no centro do país. Tropas leais a Assad recorreram à artilharia na manhã desta quinta-feira para atacar alvos na cidade. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), a ‘chuva de bombas’ foi tão grande que o ritmo chegou a “três obuses por minuto”.

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    Cercada pelo Exército, Rastan escapa há vários meses do controle das tropas do governo que tentaram em diversas oportunidades retomá-la. Em 14 de maio, 23 soldados foram mortos em uma tentativa de ataque. Segundo militantes, ela abriga um grande número de lideranças rebeldes, que defendem a região com vigor.

    No sul do país, as tropas do governo foram mobilizadas em Deraa para tentar “por fim à greve geral”, e fortes tiroteios foram ouvidos, segundo o OSDH. Em Douma, nas proximidades de Damasco, cinco membros de uma mesma família, incluindo duas crianças, morreram quando um morteiro atingiu uma casa.

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    Protestos – Em Aleppo (norte), milhares de estudantes protestaram para exigir a queda do regime durante a visita de uma delegação de observadores da ONU encarregados de supervisionar a aplicação de um cessar-fogo amplamente ignorado há um mês, segundo militantes.

    Vídeos divulgados pelos militantes mostram um grande número de estudantes insultando Assad e cercando um veículo com a inscrição ONU aos gritos de “O povo quer a queda do regime”.

    “Milhares de estudantes deixaram suas salas de aula quando os observadores da ONU chegaram e gritaram palavras de ordem hostis ao regime”, pedindo armas para a rebelião, relatou um porta-voz dos militantes locais, Mohammed Halabi, contatado por telefone.

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    Apoio – Na quarta-feira, Assad afirmou a uma rede de televisão russa que as eleições legislativas de 7 de maio, boicotadas pela oposição, tinham mostrado que os sírios apoiam seu regime contra os “terroristas”. Ele também acusou a oposição de receber “armas e dinheiro” de outros países.

    O primeiro-ministro do Qatar, xeque Hamad ben Khassem al-Thani, que se disse favorável ao fornecimento de armas, pediu nesta quinta-feira que a Síria ponha fim ao “banho de sangue”. Em, 14 meses, mais de 12.000 pessoas foram mortas na Síria, em sua maioria civis, segundo o OSDH. Dezenas de milhares de sírios se refugiaram em países vizinhos.

    A violência afeta o Líbano onde confrontos entre libaneses pró e anti-Assad são registrados quase que diariamente desde sábado na maior cidade do norte, Trípoli, deixando no total 10 mortos.

    Nesta quinta-feira, uma pessoa foi morta e sete outras ficaram feridas em combates entre moradores do bairro de Bab al-Tebbaneh, majoritariamente sunita e hostil ao regime sírio, e o bairro vizinho de Jabal Mohsen, de maioria alauita pró-regime, segundo informou uma autoridade dos serviços de segurança libaneses à AFP.

    (Com agência AFP)

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