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Oposição síria denuncia massacre em Homs

Por Alessio Romenzi
4 fev 2012, 10h19

O Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne a maioria das correntes de oposição, denunciou neste sábado a morte de 260 civis na madrugada de sexta-feira para sábado durante ataques em Homs, mas o regime de Bashar al-Assad negou ter bombardeado a cidade da região central do país.

Com as restrições impostas pelo regime sírio ao trabalho da imprensa estrangeira é difícil confirmar o número de mortos com fontes independentes, mas se o balanço anunciado pela oposição estiver correto este seria o dia mais violento desde o início da revolta contra Assad em março de 2011.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ONG com sede em Londres, anunciou mais cedo que pelo menos 217 civis morreram em diversos bairros de Homs na noite passada.

Os canais de notícias Al-Arabiya e Al-Jazeera exibiram imagens de dezenas de cadáveres espalhados nas ruas de Homs, epicentro da revolta.

“Nas primeiras horas de sábado, o regime de Assad cometeu uma das matanças mais terríveis desde o início da rebelião na Síria”, denuncia o CNS em um comunicado.

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“As forças de Assad bombardearam zonas residenciais em Homs, incluindo Al-Khalidiya e Ousour, provocando pelo menos 260 mortes de civis e centenas de feridos”, completa o texto, que destaca a presença de mulheres e crianças entre as vítimas.

“Edifícios residenciais e casas foram bombardeados intensamente e de maneira aleatória”.

“Ao mesmo tempo, as forças de Assad bombardearam também Jisr al-Shughur (noroeste), os subúrbios de Damasco e o leste de Ghuta (perto da capital), o que parece ser uma preparação para massacres similares”.

A Irmandade Muçulmana, que integra o CNS, pediu a abertura de uma investigação internacional sobre o ocorrido e pediu ao Crescente Vermelho (a Cruz Vermelha nos países islâmicos) e ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha, ausentes na Síria, que atuem imediatamente para salvar os feridos.

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O regime sírio, no entanto, negou o bombardeio em Homs, em um comunicado divulgado pela agência oficial Sana.

A nota do regime afirma que os civis mortos em Homs foram vítimas de disparos de homens armados e não de bombardeios. Também acusa determinados canais de televisão de estimular a violência.

“Os civis mostrados pelas redes de televisão por satélite são civis que foram sequestrados e assassinados por homens armados”, afirma o texto da Sana.

A agência oficial síria acusa grupos armados de tentarem explorar as informações para pressionar o Conselho de Segurança da ONU, que deve analisar uma resolução que condena a repressão na Síria.

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O CNS também pediu à Rússia que mude sua postura a respeito do regime sírio.

“O CNS exorta a Rússia a condenar claramente o regime e torná-lo responsável pelas matanças e a permitir aos sírios eleger democraticamente um regime que proporcione liberdade e dignidade”, conclui o comunicado.

Apesar do pedido, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou que o projeto de resolução sobre a Síria apresentado pelos países ocidentais não interessa a Rússia e submetê-lo neste sábado ao Conselho de Segurança da ONU provocará um “escândalo”.

Ao mesmo tempo, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, apelou ao Conselho de Segurança que condene a violência do regime sírio neste sábado após as notícias “arrepiantes” que chegam de Homs.

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A princípio, os 15 países do Conselho de Segurança da ONU devem pronunciar-se neste sábado sobre um projeto de resolução que condena a repressão na Síria.

Os patrocinadores do projeto aceitaram alterar o texto original no sentido desejado pela Rússia, fiel aliado de Damasco e que não aceita uma condenação à Síria.

Após 10 meses de rebelião contra o regime de Bashar al-Assad e de quase 6 mil mortos pela repressão, segundo a oposição, o Conselho de Segurança da ONU não foi capaz até o momento de aprovar uma resolução sobre a Síria.

Em outubro, um projeto de resolução foi bloqueado por Rússia e China.

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O texto que deve ser submetido a votação neste sábado, segundo fontes diplomáticas ocidentais, apóia plenamente as decisões de janeiro da Liga Árabe para garantir uma transição para a democracia.

Mas, os detalhes da transição, em particular a transferência dos poderes do presidente Assad a seu vice-presidente, foram deixados de lado para não irritar Moscou.

Na sexta-feira, milhares de sírios protestaram em todo o país, particularmente em Damasco, para lembrar o 30º aniversário do massacre de Hama (centro), durante a repressão da revolta da Irmandade Muçulmana por parte do regime de Hafez al-Assad, pai do atual presidente.

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