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Operação para libertar reféns das Farc terá alto grau de complexidade

Por Da Redação
23 mar 2012, 18h35

Esther Rebollo.

Bogotá, 23 mar (EFE).- A operação de libertação de dez reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que será coordenada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na próxima semana, na Colômbia, será uma das missões humanitárias mais complexas no mundo.

Assim declarou em entrevista à Agência Efe o delegado do CICV na Colômbia, o espanhol Jordi Raich, que, após 25 anos liderando missões em conflitos da Ásia e da África, assumirá uma tarefa de grande responsabilidade na Colômbia: libertar dez policiais e militares sequestrados entre 1998 e 1999.

Por causa desse longo cativeiro, estes colombianos são as pessoas que mais tempo estão sequestradas no mundo, alguns deles com 14 anos de isolamento nas selvas da Colômbia.

‘A Colômbia está entre as dez maiores operações do CICV e é um dos lugares do planeta onde estão sendo realizadas as missões mais complexas, ocupando o primeiro lugar na América Latina’, ressaltou Raich.

‘Isso reflete o nível de violência e um triste reflexo da realidade’, indicou, ao comparar o trabalho na Colômbia com lugares como Congo e Afeganistão.

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Prova disso é que o CICV tem na Colômbia mais de 60 funcionários expatriados, 13 escritórios e 300 trabalhadores colombianos.

Para sua próxima missão, o organismo trabalhará com os Governos da Colômbia e do Brasil, que emprestará os helicópteros e as tripulações que resgatarão os reféns; além do grupo Colombianos e Colombianas pela Paz (CPJ), mediador com as Farc.

Segundo Raich, o ponto positivo em relação às realidades de outros lugares é que, na Colômbia, todas as partes confiam no CICV, o que facilita o trabalho humanitário.

‘Temos boas relações com o Governo e com as outras partes em conflito e, em geral, nosso papel é aceito, o que nos permite trabalhar e chegar às vítimas’, disse o delegado.

‘Essa confiança é resultado de princípios de neutralidade, independência, que são seguidos de forma muito rigorosa e também do aval de toda uma história, de mais de um século de trabalho, do respaldo internacional’, continuou Raich.

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Raich lembrou que em 2008, na Operação Xeque, o Exército colombiano usou logotipos do CICV para enganar as Farc e recuperou 15 sequestrados – entre eles a ex-candidata à presidência Ingrid Betancourt. Na ocasião, a instituição humanitária sofreu uma perda momentânea da confiança por parte dos guerrilheiros.

‘Nós deixamos claro que não participamos daquilo, que foi um uso indevido do emblema, mas o tempo acaba apaziguando as coisas e tudo volta a seu lugar; e o fato de sermos aceitos por todas as partes como intermediário neutro assim o demonstra’, ressaltou o coordenador, acrescentando que ‘a confiança é algo que se ganha dia a dia’.

Ele explicou assim a filosofia do CICV, que tem sede em Genebra: ‘trabalhar na mediação entre duas partes que estão em conflito ou que, por qualquer razão, não têm contato ou relação’. Entre suas tarefas estão a coordenação da entrega de sequestrados, troca de prisioneiros, coleta de corpos de desaparecidos e transmissão de mensagens.

Raich também se comprometeu a continuar trabalhando na Colômbia pelo restante dos reféns, que a ONG País Livre estimou ser mais de 400, nas mãos de diferentes grupos armados, além dos que as Farc se comprometeram a libertar nos próximos dias.

‘Ninguém sabe quantas pessoas estão nessa situação, nós vamos continuar nos preocupando com eles (…), nosso trabalho não termina com esta operação’, prometeu.

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Raich concluiu que só espera que a libertação dos dez policiais e militares, que qualificou de ‘simbólica e importante’, a partir do próximo dia 30, ‘sinalize pacificação, diálogo, um futuro melhor e uma Colômbia com menos violência’. EFE

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