Operação para destruir armas químicas sírias está atrasada
Os agentes tóxicos deveriam ter sido transportados para navios escandinavos há três dias, mas continuam armazenados em 12 bases pelo país
Por Da Redação
2 jan 2014, 17h34
O equipamento de hidrólise que será utilizado para neutralizar o arsenal químico sírio antes de ser levado para dentro do navio americano Cape Ray Larry Downing/Reuters/VEJA
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A operação organizada para transportar as armas químicas do ditador sírio Bashar Assad para um navio no mar do Mediterrâneo, onde elas serão destruídas, está três dias atrasada, informou o jornal The Guardian. Segundo fontes ligadas à missão, os agentes tóxicos ainda estão armazenados em doze bases localizadas do país. Eles deveriam estar a caminho do porto de Latakia. Estima-se que 500 toneladas de material químico serão encaminhadas às embarcações. Depois da confirmação do adiamento, os navios deixaram a costa síria para retornar a Limassol, na costa do Chipre.
O Guardian aponta que a operação administrada pela Organização para Proibição das Armas Químicas (Opaq) poderá sofrer um considerável revés se o transporte não ocorrer nos próximos dias. Tanto a Opaq quanto a ONU disseram que o prazo para carregar as embarcações antes do início de 2014 era muito ambicioso, uma vez que a guerra civil que assola o país impede a livre locomoção dos veículos que transportarão os agentes tóxicos até Latakia. Uma combinação do conflito com condições climáticas adversas, atrasos em garantir a segurança de estrangeiros e entraves burocráticos teria provocado mudança nos planos.
1/83 Conflitos na Síria já duram mais de três anos, deixando mais de 162 mil mortos. Na foto, civis observam um prédio destruído na cidade de Aleppo, ao norte do país (Hosam Katan/Reuters/VEJA)
2/83 Conflitos na Síria já duram mais de três anos. Na foto, soldados do exército nacional em treinamento no distrito de Idlib, noroeste do país (Nour Kelze/Reuters/VEJA)
3/83 Combatentes do exército sírio disparam um foguete na cidade de Aleppo, norte do país. Os conflitos na Síria já duram mais de três anos (Hosam Katan/Reuters/VEJA)
4/83 Uma igreja destruída é fotografada na cidade de Maalula, na Síria. O conflito no país já dura mais de três anos (Joseph Eid/AFP/VEJA)
5/83 Em imagem divulgada nesta quarta-feira (26), multidão de moradores do bairro al-Yarmouk, transformado em campo de refugiados no sul de Damasco, aguarda a distribuição de alimentos pela agência UNRWA, da ONU (UNRWA/ Reuters/VEJA)
6/83 Sírios em um prédio após ataque aéreo no norte da cidade de Aleppo (APF/VEJA)
7/83 Visão geral mostra edifícios danificados ao longo de uma rua deserta na área sitiada de Homs, na Síria (Reuters/VEJA)
8/83 As pessoas passam por edifícios danificados em Aleppo (Reuters/VEJA)
9/83 Um bebê foi resgatado com vida de escombros após um ataque aéreo ao distrito de Duma, em Damasco (Síria), nesta terça-feira (07) (Bassam Khabieh/Reuters)
10/83 Um bebê foi resgatado com vida de escombros após um ataque aéreo ao distrito de Duma, em Damasco (Síria), nesta terça-feira (07) (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
11/83 Menino resgatado com vida após bombardeio ao distrito de Duma, em Damasco (Síria) (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
12/83 Menino resgatado com vida após bombardeio ao distrito de Duma, em Damasco (Síria) (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
13/83 Militantes rebeldes em Idlib, Síria (Frederic Lafargue/AFP/VEJA)
14/83 Membros da brigada al-Ezz bin Abdul Salamna província de Latakia, oeste da Síria, em 25 de abril de 2013 (Miguel Medina/AFP/AFP)
15/83 Foto do comitê local de Arbeen mostra inspetor de armas das Nações Unidas durante a coleta de amostras em Zamalka, a leste de Damasco, na Síria (EFE/VEJA)
16/83 Foto do comitê local de Arbeen mostra inspetor de armas das Nações Unidas durante a coleta de amostras em Zamalka, a leste de Damasco, na Síria (EFE/VEJA)
17/83 Foto do comitê local de Arbeen mostra inspetor de armas das Nações Unidas durante a coleta de amostras em Zamalka, a leste de Damasco, na Síria (EFE/VEJA)
18/83 Rastro de destruição na cidade síria de Maaloula (Louai Beshara/AFP/VEJA)
19/83 Refugiados sírios caminham perto da fronteira com a Turquia para tentar deixar o país. A ONU divulgou na terça-feira (3) que o número de refugiados sírios chegou a 2 milhões (Gregorio Borgia/AP/VEJA)
20/83 Refugiados sírios fazem fila perto da fronteira com a Turquia para tentar deixar o país. A ONU divulgou na terça-feira (3) que o número de refugiados sírios chegou a 2 milhões (Gregorio Borgia/AP/VEJA)
21/83 Refugiados sírios caminham perto da fronteira com a Turquia para tentar deixar o país. A ONU divulgou na terça-feira (3) que o número de refugiados sírios chegou a 2 milhões (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
22/83 Refugiados sírios caminham perto da fronteira com a Turquia para tentar deixar o país. A ONU divulgou na terça-feira (3) que o número de refugiados sírios chegou a 2 milhões (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
23/83 Rebelde sírio carrega morteiros caseiros na cidade de Raqqa, nesta quarta-feira (04) (Mezar Matar/AFP/VEJA)
24/83 Um combatente rebelde e uma criança atravessam uma ponte danificada na cidade de Deir Ezzo, no leste da Síria, nesta segunda-feira (02) (Abo Shuja/AFP/VEJA)
25/83 Rebelde sírio aponta arma contra soldados do Exército em zona industrial de Deir Ezzor, nesta segunda-feira (02). O governo da Síria pediu hoje à ONU que impeça a ação militar (Abo Shuja/AFP/VEJA)
26/83 Especialistas em armas químicas da ONU visitam pessoas afetadas pelo suposto ataque com gás, em um hospital no subúrbio de Damasco - (26/08/2013) (Abo Alnour Alhaji/Reuters/VEJA)
27/83 Especialista em armas químicas da ONU reúne provas em um dos locais do suposto ataque com gás venenoso no subúrbio de Damasco - (26/08/2013) (Ahmad Alshami/Reuters/VEJA)
28/83 Atiradores disparam contra comboio de inspetores da ONU na Síria, nesta segunda-feira (26). A equipe tentava chegar ao local onde rebeldes dizem que o regime de Bashar al-Assad teria usado armas químicas na semana passada (AP/VEJA)
29/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em 21/08/2013 (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
30/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em imagem retirada de um vídeo postado no YouTube, em 21/08/2013 (YouTube/Local Committee of Arbeen/AFP/VEJA)
31/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria (AFP/VEJA)
32/83 Criança é socorrida após ataque na Síria (AFP/VEJA)
33/83 Homem entre vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em 21/08/2013 (Reuters/VEJA)
34/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em 21/08/2013 (AFP/VEJA)
35/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em 21/08/2013 (AFP/VEJA)
36/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria (AFP/VEJA)
37/83 Parentes e ativistas inspecionando os corpos das pessoas que podem ter sofrido um ataque por gás na região de Ghouta, nos arredores de Damasco (Mohamed al-Abdullah/Reuters/VEJA)
38/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em 21/08/2013 (AFP/VEJA)
39/83 Parentes e ativistas inspecionando os corpos das pessoas que podem ter sofrido um ataque por gás na região de Ghouta, nos arredores de Damasco (Hadi Almonajed/Reuters/VEJA)
40/83 Sobreviventes de um suposto ataque com gás dentro de uma mesquita no bairro Duma em Damasco, ativistas sírios acusaram as forças do presidente Bashar al-Assad do ataque (Fadi al-Dirani/Reuters/VEJA)
41/83 Sobreviventes de um suposto ataque com gás dentro de uma mesquita no bairro Duma em Damasco, ativistas sírios acusaram as forças do presidente Bashar al-Assad do ataque (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
42/83 Sobreviventes de um suposto ataque com gás dentro de uma mesquita no bairro Duma em Damasco, ativistas sírios acusaram as forças do presidente Bashar al-Assad do ataque, em 21/08/2013 (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
43/83 Sobreviventes de um suposto ataque com gás dentro de uma mesquita no bairro Duma em Damasco, ativistas sírios acusaram as forças do presidente Bashar al-Assad do ataque (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
44/83 Sobreviventes de um suposto ataque com gás dentro de uma mesquita no bairro Duma em Damasco, ativistas sírios acusaram as forças do presidente Bashar al-Assad do ataque (Mohamed al Abdullah/Reuters/VEJA)
45/83 Sírios caminham no campo de refugiados Al Zaatri, na cidade de Mafraq, na Jordânia (REUTERS/Muhammad Hamed/VEJA)
46/83 Crianças esperam para receber alimentos e ajuda em campo de refugiados na cidade de Bab al-Salam, na Síria (Ahmed Jadallah/Reuters/VEJA)
47/83 Criança síria brinca em campo de refugiados na fronteira entre Turquia e Síria, próximo à cidade de Azaz (Elias Edouard/AFP/VEJA)
48/83 Filhos de refugiado da Síria assistem à aula em uma escola improvisada na cidade de Azaz, na fronteira com a Turquia (Marco Longari/AFP/VEJA)
49/83 Prédios em Alepo, na Síria, exibem as marcas da guerra civil (AP/VEJA)
50/83 Mísseis russos S-300, do tipo que teria sido enviado à Síria (Vladimir Mashtin/AFP/VEJA)
51/83 Ativista sírio durante manifestação contra a participação do Hezbollah, grupo armado libanês, na guerra civil na Síria, ao lado das tropas do ditador Bashar al Assad (Hussein Malla/AP/VEJA)
52/83 Foto de Homs, Síria, 5 de abril, 2013 (AFP/AFP)
53/83 Explosão nos arredores de Damasco durante ataque aéreo israelense (EFE/EPA/SNN/Reprodução de TV/VEJA)
54/83 Família síria examina destroços em Maarat al-Numan, Síria, em 20 de março de 2013 (Bulent Kilic/AFP/AFP)
55/83 Bombeiro auxilia sua equipe onde carro-bomba explodiu no centro de Damasco, Síria (Louai Beshara/AFP/VEJA)
56/83 Fumaça encobre local onde carro-bomba explodiu no principal bairro empresarial de Damasco, na Síria (SANA/Handout/Reuters/VEJA)
57/83 Área da província síria de Latakia após bombardeio (Miguel Medina/AFP/AFP)
58/83 Destruição causada por um ataque aéreo à cidade síria de Aleppo, em 10 de abril (Dimitar Dilkoff/AFP/AFP)
59/83 Área destruída por combates na cidade de síria de Aleppo (AFP/AFP)
60/83 Rebelde é fotografado saido por buraco na parede, na Síria (Javier Manzano/AFP/VEJA)
61/83 Membro do Exército Livre da Síria em busca de abrigo contra tiros de inimigos na linha de frente de Moaskar, um dos campos de batalha no bairro de Karmal Jabl, em Aleppo (Narciso Contreras/AP/VEJA)
62/83 Membro do Exército Livre da Síria dispara contra inimigos na linha de frente de Moaskar, um dos campos de batalha no bairro de Karmal Jabl, em Aleppo (Narciso Contreras/AP/VEJA)
63/83 Ataque aéreo mata pelo menos 44 pessoas no norte da Síria (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
64/83 Pessoas rezam sobre as ruínas de prédio bombardeado pela Força Aérea Síria na cidade de Maaret al-Numan, no noroeste do país, região sob controle do exército rebelde (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
65/83 Homem carrega corpo de irmão morto durante conflito no bairro Saif al-Dawla na cidade de Aleppo (Síria), em meio a combates entre oposição e forças do governo (Zac Baillie/AFP/VEJA)
66/83 Montagem com imagens retiradas de um vídeo disponível no YouTube nesta quarta-feira (17) mostra um helicóptero da Força Aérea síria, supostamente derrubado por membros do exército rebelde sobre a estrada entre Damasco e Aleppo (AFP/VEJA)
67/83 Mulher é vista entre tendas em um campo de refugiados na fronteira com a Turquia, em área próxima ao vilarejo de Azaz, na Síria (Manu Brabo/AP/VEJA)
68/83 Civis e integrantes do Exército Sírio Livre procuram corpos nos escombros de uma casa destruída por duas bombas da Força Aérea Síria, que tinham como alvo um centro de comando rebelde (Adam Dean/Panos Pictures/VEJA)
69/83 Um sapato é colado na boca de uma estátua do falecido presidente da Síria Hafez al-Assad, no museu de Maaret al-Numan (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
70/83 Sírios aguardam no campo de refugiados de Al-Salama, próximo à fronteira entre a Síria e a Turquia (Vedat Xhymshiti/AFP/VEJA)
71/83 Civis observam destruição causada por bombardeio da força aérea síria na cidade de Azaz (Reuters/VEJA)
72/83 Retrato do presidente sírio, Bashar al-Assad queimando durante confrontos entre rebeldes e as tropas sírias no distrito de Salaheddin norte da cidade de Aleppo (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
73/83 Soldado do Exército Livre da Síria dispara contra forças do regime no disputado bairro de Izza, em Aleppo, no norte do país (Zac Baillie/AFP/VEJA)
74/83 Forças leais ao presidente Bashar al-Assad avançam em área da cidade de Aleppo, na Síria (George Ourfalian/Reuters/VEJA)
75/83 Garota durante protesto contra o governo de Bashar al-Assad (Andrew Winning/Reuters/VEJA)
76/83 Aleppo Souk, maior mercado coberto do mundo, em Aleppo, Síria (Kaveh Kazemi/Getty Images/VEJA)
77/83 Manifestação contra o governo de Bashar al-Assad em Hama, Síria (AFP/VEJA)
78/83 Bandeiras durante comemoração do Dia da Independência da Síria, próximo à fronteira de Israel (Uriel Sinai/Getty Images/VEJA)
79/83 Camelos na cidade antiga de Palmira, Síria (DEA/C. SAPPA/De Agostini/Getty Images/VEJA)
80/83 Mesquita Omayyad em Damasco, Síria (Getty Images/VEJA)
81/83 Interior de mesquita em Damasco, Síria (Ingram Publishing/Getty Images/VEJA)
82/83 Mulheres em protesto contra o governo em Idlib, Síria (Rodrigo Abd/AP/VEJA)
83/83 Menino pastorando ovelhas em Palmira, Síria (Renan Rosa/VEJA)
A ONU e a Opaq, no entanto, pontuaram que o prazo mais importante é o estipulado para o fim de março, quando a primeira parte das armas químicas deverá ser destruída. O arsenal químico do regime de Assad, incluindo gases sarin e agentes nervosos VX, será neutralizado dentro da embarcação americana Cape Ray, no meio do oceano. O processo de hidrólise usado nos gases tóxicos deverá ser concluído em até sessenta dias, o que obriga o governo sírio a abastecer os navios de Dinamarca e Noruega com o material químico até o fim de janeiro.
Parte dos agentes tóxicos está estocada em tambores fornecidos pelos Estados Unidos. A Rússia ficou responsável por enviar caminhões blindados às doze bases sírias que abrigam o arsenal químico, mas não há informações sobre a chegada dos veículos aos locais. De acordo com o Guardian, caminhões americanos que transportariam equipamentos tecnológicos, como aparelhos de GPS, para ajudar no transporte do material químico, foram retidos na fronteira da Síria com a Jordânia. Aparentemente, a adversidade se deu por conta de questões burocráticas.
O regime de Assad comunicou à Opaq que demorará cerca de dezoito dias para transportar todo arsenal químico ao porto de Latakia. Caso a previsão esteja correta, os caminhões russos terão de deixar as suas respectivas localizações em até dez dias para que a primeira parte do material possa ser destruída no fim de março. A embarcação Cape Ray também está ancorada em Norfolk, na Virgínia, e levará ao menos quinze dias para chegar ao porto italiano onde será carregada com o material químico transportado pelos navios escandinavos. O Cape Ray, que conta com dois reatores de hidrólise e tanques para abrigar os gases neutralizados, deverá receber ajuda de uma embarcação da Grã-Bretanha para neutralizar as 150 primeiras toneladas do arsenal. A previsão da Opaq é de que a operação termine entre junho e julho deste ano.