As Nações Unidas anunciaram nesta quinta-feira que um grupo de especialistas da ONU participará da missão humanitária que o regime sírio realiza no próximo final de semana em várias cidades onde ocorreram protestos.
A chefe para assuntos humanitários da ONU, Valerie Amos, assinalou que uma equipe conjunta das Nações Unidas e da Organização de Cooperação Islâmica fará parte da missão que visitará Homs, Hama, Tartus, Lattakia, Aleppo, Dayr Az Zor, zonas rurais nos arredores de Damasco e Deraa.
Amos enfatizou que “é de importância vital que organizações humanitárias tenham acesso sem obstáculos para identificar as necessidades e, de maneira urgente, proporcionar atenção de emergência e fornecimento de materiais básicos. Não há tempo a perder”.
“Repito meus apelos ao governo da Síria para que permita às organizações humanitárias acesso sem obstáculos, pois estas podem ajudar as pessoas necessitadas de forma neutra e imparcial”, afirmou Amos em um comunicado.
Amos se reuniu com funcionários do governo do presidente Bashar al Assad em Damasco na semana passada, e depois informou que o governo aceitou uma missão de avaliação conjunta neste país afetado por mais de um ano de distúrbios sangrentos.
“Na semana passada o governo da Síria disse que precisava de mais tempo para considerar minhas propostas”, afirmou a subsecretária-geral para Assuntos Humanitários.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, destacou nesta quinta-feira, por ocasião do primeiro aniversário dos protestos na Síria, que o presidente Assad “respondeu com brutal repressão, que segue sem cessar”.
“Suas consequências se desenvolvem tragicamente diante dos olhos do mundo. Mais de 8 mil pessoas já morreram como resultado da decisão do governo de optar pela repressão violenta em vez de um diálogo político pacífico e de uma mudança genuína”.
“É urgente romper o ciclo de violência, deter as operações militares contra os civis e evitar uma maior militarização do conflito na Síria. O status quo na Síria é indefinível”.
A Síria entrou no segundo ano de revolta contra o regime de Assad, cuja repressão brutal já deixou mais de 9 mil mortos, a maioria civis, segundo observadores dos direitos humanos.