ONU se diz ‘horrorizada’ com operação de Israel em hospital em Gaza
Ação começou na madrugada desta quarta-feira após alegações de que complexo hospitalar teria centro de comando do Hamas
O subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários expressou preocupação nesta quarta-feira, 15, com a operação militar de Israel contra o hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza. A ação começou na madrugada desta quarta-feira após alegações de que haveria dentro do complexo hospitalar um centro de comando do grupo militante palestino Hamas, uma reivindicação condenada por entidades internacionais, como Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras.
“Estou horrorizado com as informações sobre operações militares no hospital al-Shifa de Gaza. A proteção dos recém-nascidos, pacientes, profissionais da saúde e de todos os civis deve ter precedência sobre todas as outras questões”, disse Martin Griffiths, diretor do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), em publicação no X, antigo Twitter.
A declaração foi endossada pelo diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que afirmou que as informações da incursão militar no hospital são “preocupantes” e disse que a instituição perdeu contato com os profissionais de saúde do complexo.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, disse que a ação “não tem a intenção de atingir os pacientes, a equipe médica e os civis que estão no hospital”. O hospital já estava sob cerco de Tel Aviv, que afirma que o local esconde um quartel-general subterrâneo de militantes do Hamas. O grupo terrorista negou a presença de combatentes no local e afirmou que 650 pacientes, além de milhares de outros civis lá abrigados, estão presos nas dependências da unidade, sob fogo constante de franco-atiradores e drones.
Segundo Ashraf Al-Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, 40 pacientes morreram nos últimos dias, incluindo três bebês prematuros cujas incubadoras foram desligadas em meio a cortes de energia. Ele também relatou que havia cerca de 100 corpos em decomposição dentro do hospital, e que não havia como retirá-los de lá. Palestinos presos dentro do maior hospital de Gaza começaram a cavar valas comuns para enterrar essas pessoas.