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Equipe de hospital sitiado em Gaza cava valas comuns para enterrar mortos

Israel cercou maior hospital do território palestino, onde afirma haver um quartel-general do Hamas; Ao menos 100 já morreram, incluindo 3 recém-nascidos

Por Da Redação
14 nov 2023, 10h58

Palestinos presos dentro do maior hospital de Gaza começaram a cavar valas comuns para enterrar pacientes que morreram sob o cerco israelense nesta terça-feira, 14. Relatos de agências de notícias e da mídia israelense também afirmam que não existe nenhum plano para resgatar bebês recém-nascidos no Hospital Al-Shifa, que perderam as incubadoras devido a cortes de energia, embora Israel tenha oferecido enviar incubadoras portáteis.

Tel Aviv cercou o hospital Al-Shifa que, segundo eles, esconde um quartel-general subterrâneo de militantes do Hamas. O grupo terrorista negou a presença de combatentes no local e afirmou que 650 pacientes, além de entre 5 mil e 7 mil outros civis lá abrigados, estão presos nas dependências da unidade, sob fogo constante de franco-atiradores e drones.

Ashraf Al-Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou que que 40 pacientes morreram nos últimos dias, incluindo três bebês prematuros cujas incubadoras foram desligadas em meio a cortes de energia. Ele também relatou que havia cerca de 100 corpos em decomposição dentro do hospital, e que não havia como retirá-los de lá.

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“Estamos planejando enterrá-los hoje em uma vala comum dentro do complexo médico de Al-Shifa. Será muito perigoso, porque não temos cobertura ou proteção do CICV [Comitê Internacional da Cruz Vermelha], mas não temos outras opções. Eles começaram a se decompor”, disse Al-Qidra à agência de notícias Reuters. “Os homens estão cavando neste exato momento.”

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Os médicos se preocupam que a decomposição de cadáveres possa gerar risco para os demais pacientes, possivelmente transmitindo infecções.

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Depois da morte de três bebês, outros 36 ainda permanecem na ala neonatal do hospital. Sem combustível para os geradores que alimentam as incubadoras, os bebês passaram a ser mantidos aquecidos com cobertores térmicos e água quente, alinhados oito em cada cama.

Israel anunciou nesta terça-feira que pode fornecer incubadoras portáteis alimentadas por bateria para que os bebês sejam ser transportados para outro hospital. Porém, autoridades de Gaza disseram que até agora nenhum acordo foi estabelecido para realizar a operação.

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Israel nega que o hospital esteja sitiado e diz que suas forças permitem rotas de saída para os pacientes. Médicos e funcionários do hospital alegam que isso não é verdade e que todos que tentam deixar o hospital são atacados.

Nos últimos dias, o cerco a Al-Shifa pareceu incomodar até os aliados mais próximos de Israel.

“Minha esperança e expectativa é que haja ações menos intrusivas em relação aos hospitais e que continuemos em contato com os israelenses”, disse Joe Biden, presidente dos Estados Unidos. “Os hospitais devem ser protegidos”.

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Porém, o conflito parece estar longe de um fim. O braço armado do Hamas disse estar pronto para libertar até 70 mulheres e crianças detidas em Gaza em troca de um cessar-fogo de cinco dias. A proposta foi negada por Israel, que argumentou que o grupo usaria o tempo para se reagrupar, mas diz que poderia concordar com breves “pausas” humanitárias.

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