As potências ocidentais criticaram nesta quarta-feira a China e a Rússia pelo veto dado a uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a Síria, que condenava a repressão violenta dos protestos populares. O documento, redigido por países europeus, ameaçava o governo de Bashar Assad com “medidas rígidas” – evitando o uso da palavra “sanções”. Nove países votaram a favor da resolução, enquanto Brasil, África do Sul, Índia e Líbano se abstiveram.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 2.700 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.
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A decisão de China e Rússia marcou um dia triste para a população síria e para o Conselho de Segurança, ressaltou Alain Juppé, ministro das Relações Exteriores da França. Ele defende a necessidade de se “levantar o tom” contra um ditador que está massacrando seu povo e tentando sufocar uma “esperança legítima por democracia”. Juppé afirmou ainda que os franceses continuarão a apoiar a “luta justa” daqueles que se opõem à Assad.
Já o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, considerou o veto “lamentável” e disse que a decisão “enfraquece a autoridade” do Conselho da ONU. “O Conselho de Segurança não cumpriu sua responsabilidade de promover a paz e a segurança no mundo”, disse. “A Alemanha continuará buscando uma posição clara e mais pressão no regime sírio, tanto internacionalmente quanto na União Europeia.”
Por parte dos Estados Undios, a principal diplomata americana na ONU, Susan Rice, disse que o governo americano estava “ultrajado” com a decisão de China e Rússia. Para ela, a oposição à resolução é uma “artimanha barata” daqueles que preferem vender armas para o regime sírio do que apoiar a população. “Não vamos descansar até que o Conselho de Segurança assuma sua responsabilidade.”