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ONU pede provas de que princesa de Dubai está viva

Vídeos gravados clandestinamente em 2018 mostram situação de 'refém' da princesa Latifa, filha do poderoso emir Mohammed Al-Maktoum

Por Da Redação
19 fev 2021, 11h40

O escritório de direitos humanos das Nações Unidas pediu aos Emirados Árabes Unidos nesta sexta-feira, 19, provas de que a princesa Latifa Al-Maktoum, filha do governante de Dubai, está viva. Ela não é vista desde uma tentativa frustrada de fuga do país em 2018 e a emissora britânica BBC recentemente publicou vídeos em que a princesa afirma ser “refém” do próprio pai em uma villa transformada em “prisão”.

A princesa Latifa, nos vídeos filmados em segredo dentro de um banheiro, acusou seu pai, o emir Mohammed Bin Hashid Al-Maktoum, de mantê-la como refém em Dubai desde 2018. Ela também afirma temer por sua vida. “Não sei se vou sobreviver a essa situação. A polícia me ameaçou dizendo que ficaria na prisão a vida toda e nunca mais verei o sol”, diz em um dos vídeos.

A filmagem, divulgada na terça-feira 16, gerou pedidos no mundo inteiro por uma investigação das Nações Unidas. Segundo a BBC, o órgão já entrou em contato com David Heigh, coordenador da campanha “Free Latifa” (“Libertem Latifa”, na tradução).

“Perguntamos sobre sua situação atual [da princesa] e solicitamos que o governo dos Emirados Árabes Unidos responda com prioridade”, disse Liz Throssell, porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos. “Continuaremos monitorando a situação.”

O governo de Dubai e o Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos ainda não comentaram. O advogado que apresentou o caso de Latifa às Nações Unidas, Rodney Dixon, já havia dito que a pressão do órgão seria decisiva para libertá-la e precisa ter uma reunião “muito séria” com as autoridades dos Emirados Árabes.

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A rica nação do Oriente Médio é aliada estratégica de vários países ocidentais, como Estados Unidos e Reino Unido. O chanceler britânico, Dominic Raab, disse que sua pasta ficaria de olho na situação, acrescentando que os vídeos “profundamente perturbadores” mostravam “uma jovem em profunda angústia”.

O pai da princesa Latifa é um dos chefes de estado mais ricos do mundo – com fortuna avaliada em mais de 9 bilhões de dólares –, emir de Dubai e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos. Além disso, a família real de Dubai tem laços estreitos com a realeza britânica.

Princesa em cativeiro

Os vídeos de Latifa foram gravados cerca de um ano após sua captura e retorno a Dubai, quando ela tentou escapar do país em 2018. Amigos da princesa afirmaram que ela planejou a fuga por sete anos e arrecadou o equivalente a 1,5 milhão de reais para executar seu plano.

Latifa dizia que se sentia maltratada e oprimida por seu pai e que desejava deixar o país, onde as mulheres ainda são tratadas como inferiores. Antes da fuga, gravou um vídeo para o YouTube em que contava suas intenções de “reivindicar minha própria vida, minha liberdade”. “Não tenho permissão para dirigir, não tenho permissão para viajar ou sair de Dubai”, disse.

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A princesa também contou que já havia tentado fugir em outras ocasiões, sempre sem sucesso. Aos 16 anos, quando planejou escapar pela primeira vez, foi capturada na fronteira dos Emirados. Acabou presa por 3 anos, torturada e violentada.

Latifa não era vista desde março passado, quando foi supostamente capturada por agentes do governo de seu pai. Mohammed Al-Matoum disse que estava fazendo o que era melhor para ela – Dubai e os Emirados Árabes Unidos disseram anteriormente que a princesa estava segura, sob os cuidados de sua família.

Contudo, nas filmagens divulgadas pela BBC, que Latifa afirma ter gravado no banheiro pois era a única porta que podia trancar, detalhou como lutou contra os soldados que a tiraram do barco utilizado na fuga, perdeu a consciência e foi transportada de jatinho para Dubai. Segundo ela, está isolada, sem acesso a médicos ou advogados, em uma villa com janelas e portas gradeadas, patrulhada pela polícia.

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