As Nações Unidas pediram nesta terça-feira, 15, ao governo do Irã para libertar imediatamente milhares de pessoas que foram detidas por participarem de protestos pacíficos. De acordo com a agência internacional, pelo menos 10 manifestantes receberam sentença de morte por tribunais islâmicos.
O escritório de Direitos Humanos da organização internacional ordenou que todas as acusações contra iranianos presos em protestos sejam retiradas e advertiu que a pena capital só pode ser implementada em casos de “crimes mais graves” sob a lei internacional.
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“Em vez de abrir espaço para o diálogo sobre queixas legítimas, as autoridades estão respondendo a protestos sem precedentes com crescente dureza”, disse o porta-voz da instituição, Jeremy Laurence durante coletiva de imprensa em Genebra.
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Tribunais do Teerã acusaram os manifestantes de “travar guerra contra Deus” e “corrupção na terra” por supostamente danificar propriedade pública. Pela lei do país, estes delitos seriam punidos com execução.
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Em resposta, a Alemanha e a Islândia lideram uma iniciativa para que o Conselho de Direitos Humanos, apoiado pela ONU, crie uma “missão de apuração de fatos” para investigar de forma independente supostas violações ligadas a protestos na República Islâmica.
O conselho, que é formado por 47 Estados membros e cuja composição é alterada a cada ano, deve realizar uma sessão especial em 24 de novembro para debater a situação no Irã e, finalmente, votar a proposta que inclui a investigação.
As manifestações ocorrem desde setembro, quando a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, presa por supostamente violar o rígido código de vestimenta do país, despertaram a revolta de milhares de iranianos, sobretudo as mulheres.