ONU confirma cinco casos de cólera em Porto Príncipe
Mas, segundo a organização, não há nenhum foco da epidemia na capital
A ONU confirmou, neste domingo, cinco casos de cólera na capital do Haiti, Porto Príncipe. Mas informou que não há um novo foco de epidemia e que essas pessoas chegaram à região já infectadas. “Dos cinco casos confirmados de cólera em Porto Príncipe, quatro eram de pessoas originárias de Artibonite (norte) e uma do centro do país”, informou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).
“Estes casos não constituem uma propagação da epidemia, já que não se trata de um novo foco. A identificação deles, ainda que preocupante, demonstra que o sistema de vigilância da epidemia funciona”, acrescentou. Os casos foram confirmados e reportados na noite do último sábado por um laboratório do ministério da Saúde do país.
Estrutura – Mais de 3.000 doentes foram internados em hospitais e centros de saúde, na cidade de Saint Marc, no norte do país, região mais afetada pela epidemia.
Os médicos da região temem que os próprios hospitais se tornem fonte de contágio devido à lotação e à falta de estrutura adequada. “Não podemos seguir tratando o cólera com uma estrutura para outros tipos de doenças. Precisamos de centros adequados para cuidados específicos”, disse Dieula Louissaint, diretor-geral de saúde de um dos centros.
Além dos mais de 3.000 infectados, a epidemia já causou 253 mortes no Haiti.
A doença – O cólera é uma doença altamente contagiosa, causada por uma bactéria, e provoca intensas diarreias. Sem uma hidratação imediata do paciente, torna-se fatal. Um doente de cólera pode perder até 10% de seu peso em quatro horas.
Contudo, de acordo com Catherine Bragg, coordenadora adjunta de ajudas de emergência da ONU, “já se sabe como prevenir as mortes provocadas pelo cólera, especialmente utilizando antibióticos, purificando a água e distribuindo produtos de higiene”.
Haiti – O cólera estava erradicado do Haiti havia mais de um século, mas após violentas chuvas reapareceu na última semana em diversas regiões do norte da ilha como resultado da má qualidade da água potável.
O país caribenho é o mais pobre da América. O território ainda foi arrasado no dia 12 de janeiro por um terremoto que deixou mais de 250 mil mortos e 1,5 milhão de desabrigados, destruindo também sua já precária infraestrutura.
(Com agência France-Presse)