A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupação, nesta quinta-feira, 17, com o “alarmante” ritmo de transmissão do coronavírus na Europa. Para o órgão, apesar da aceleração da pandemia no continente, governos locais estão relaxando demais as restrições.
“Os números de setembro deveriam servir de alerta para todos nós na Europa, onde o número de casos é superior aos registrados em março e abril”, disse Hans Kluge, diretor regional da OMS na Europa. Ele afirmou que os casos registrados na região na semana passada ultrapassaram os 300.000.
Nas últimas duas semanas, mais da metade dos países europeus registrou um aumento de casos superior a 10% e em sete deles o número chegou a duplicar. Na França, foram registrados 10.000 novos contágios nas últimas 24 horas. O país organiza testes em massa, mas, segundo Klugle, mesmo assim são “taxas alarmantes de transmissão em toda a região”.
Na Espanha, a região de Madri é o epicentro da aceleração de casos de Covid-19. Nesta quinta-feira, as autoridades locais recuaram após o anúncio da véspera de possíveis confinamentos seletivos nas áreas mais afetadas. O ministro regional da Justiça, Enrique López, reconheceu que a palavra confinamento “gera ansiedade” e destacou que o governo da Comunidade de Madri pretende apenas “reduzir a mobilidade e os contatos” para prevenir os riscos, sem chegar ao extremo de confinar a população.
A OMS também manifestou preocupação com a redução do tempo de quarentena por parte de alguns países europeus, como a França. A organização continua recomendando um isolamento de 14 dias para todas as pessoas que tiveram contato com indivíduos infectados.
Desde o início da pandemia, a Europa registrou 4.893.614 casos e 226.524 mortes por Covid-19. É uma parcela expressiva dos quase 30 milhões de contágios e 941.000 mortes mundiais.
Kluge apelou à “coerência regional” e ao “esforço coletivo” dos 53 Estados-membros da OMS na Europa e lembrou que “as respostas têm sido muito eficazes quando as ações são imediatas e decisivas”.
“No entanto, o vírus é implacável quando prevalece a informalidade e a desinformação”, alertou.
(Com AFP e EFE)