Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ollanta Humala, de militar rebelde a nacionalista aplaudido pela direita

Por Da Redação
20 dez 2011, 17h45

Alonso de Contreras.

Lima, 20 dez (EFE).- Ollanta Humala assumiu a presidência do Peru após deixar de ser um militar rebelde para apresentar uma candidatura revolucionária e, finalmente, acabar se tornando um nacionalista moderado aplaudido pela direita às voltas com a agitação popular.

Já em seu primeiro semestre de Governo, Humala, que propôs ‘a grande transformação do Peru’ no primeiro turno de sua campanha, se viu cercado por aqueles que reivindicavam suas promessas eleitorais.

Se quando era candidato afirmou nas devastadas regiões mineradoras que a água é fundamental para a agricultura, e não o ouro, pois ‘não comemos ouro’, Humala depois decretou um estado de emergência em Cajamarca diante dos protestos que exigiam o fechamento do maior projeto aurífero na América do Sul, que pretendia fazer escavações na nascente de uma importante bacia hidrológica.

Sua atual proposta de conciliar ‘ouro e água’ por meio de negociações entre moradores, dirigidos pela esquerda radical; empresas mineradoras, Governos regionais e o Governo central tem pela frente um futuro difícil em um país acostumado ao conflito social.

Aos cinco meses de Presidência, Humala ordenou e aceitou a renúncia de seu chefe de gabinete e mudou os titulares de dez ministérios de seu Governo, marcado pela eloquência de seus ministros e pela grande quantidade de mensagens contraditórias.

Continua após a publicidade

Sem relações eficazes entre os responsáveis de comunicação e da imprensa nacional e internacional, Humala e sua esposa Nadine recorreram às redes sociais para enviar mensagens que destacassem em 140 caracteres a boa vontade do Governo.

A acusação de tráfico de influência contra seu segundo vice-presidente, Omar Chehade, que se negou a renunciar, também não ajudou Humala em 2011.

Os escândalos de corrupção no Congresso também surgiram de todos os lados: sem um partido tradicional por trás que servisse de alicerce político e obrigado a aceitar com urgência candidatos ao Congresso que contribuíram financeiramente com sua campanha, Humala foi vítima do surgimento de congressistas folclóricos.

Os casos vão desde um rude parlamentar acusado de ter dragas ilegais nos rios da floresta a outro acusado de gerenciar um bar noturno de reputação duvidosa. Porém, o mais divulgado foi o de uma congressista acusada de montar uma distribuidora de televisão por assinatura com canais a cabo piratas e que, em plena investigação, levou seu marido ao Congresso para defendê-la a gritos.

No total, mais de 40 congressistas passaram passarão no início de 2012 pelo Comitê de Ética do Congresso, deixando Humala em uma situação difícil, após ter afirmado que resolveria a crônica corrupção oficial.

Continua após a publicidade

Ollanta Humala nasceu em 27 de junho de 1962, em Lima, e é um dos sete filhos do advogado Isaac Humala e irmão do militar preso Antauro Humala; que também dificultaram sua trajetória presidencial.

Seu pai já declarou que criou seus filhos como militares para que eles alcançassem o poder a qualquer preço, e insiste que a raça andina é superior a todas as outras.

Seu irmão Antauro, preso pela morte de dois policiais durante um conflito militar em janeiro de 2005 contra o presidente Alejandro Toledo, já repudiou publicamente a evolução política de Humala e disse que mobilizará seus seguidores para enfrentá-lo dentro de quatro anos.

Ollanta e Antauro Humala se tornaram famosos em 29 de outubro de 2000, quando protagonizaram um levante militar contra o Governo de Alberto Fujimori, após a divulgação de uma gigantesca rede de corrupção dirigida pelo então assessor presidencial Vladimiro Montesinos. EFE

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.