A atitude do Irã em ignorar os pedidos de acordo feitos pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e, ainda, o anúncio de que construirá 10 novas usinas de enriquecimento de urânio geraram críticas por todo o mundo.
O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, disse que considera essa obstinação do Irã “muito perigosa”. Já o ministro da Defesa, Hervé Morin, considerou que provavelmente será necessário adotar novas sanções econômicas, caso o Irã se recuse a iniciar novas negociações.
“Que o Irã se obstine em ignorar os pedidos de uma grande agência independente como a AIEA, é muito perigoso”, afirmou o chanceler francês, em entrevista ao jornal Le Figaro. “Por que acontece este anúncio de um programa de 10 novas centrais de enriquecimento de urânio quando o Irã não tem uma só central nuclear para processar este combustível?”, questionou.
No último domingo, o governo iraniano informou que deve começar a construir as novas centrais de enriquecimento de urânio em dois meses, e que examina a possibilidade de produzir urânio enriquecido a 20%.
Para Kouchner, o anúncio iraniano é “uma resposta um pouco infantil” ao “voto unitário” da AIEA. Teerã fez o anúncio dois dias depois da condenação da agência ao polêmico programa nuclear do país.
Diplomacia – Talvez para acalmar os protestos e as críticas, o presidente do Parlamento do Irã, Ali Larijani, veio a público nesta segunda-feira afirmar que a questão nuclear iraniana ainda pode ser solucionada pela via diplomática. Ele ressalva, porém, que a atitude do país dependerá do comportamento das potências mundiais.
“Acredito que ainda existe uma oportunidade diplomática e convém a eles (as potências mundiais) utilizá-la. O Irã prosseguirá com suas atividades dentro e sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica”, declarou Larijani.
O presidente do Parlamento iraniano completou que pretendia deixar claro às grandes potências que o programa nuclear iraniano é “pacífico”. “São livres para escolher e o Irã decidirá em consequência”, afirmou à imprensa o antigo negociador do país para a questão nuclear.
(Com agência France-Presse)