Obama volta a pressionar pelo fechamento de prisão de Guantánamo
Presidente disse que voltará a discutir assunto com parlamentares e classificou centro de detenção para suspeitos de terrorismo como "ineficiente"
O presidente americano Barack Obama voltou a pressionar o Congresso nesta terça-feira a aprovar o fechamento da prisão de Guantánamo, em Cuba, em meio a um aumento de casos de greve de fome entre os prisioneiros. O fechamento do centro de detenção de Guantánamo é uma promessa eleitoral não cumprida do democrata.
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“É ineficiente, nos prejudica em termos de padrões internacionais, diminui a cooperação com nossos aliados nos esforços antiterrorismo, é uma ferramenta de recrutamento para os terroristas… Precisa ser fechada”, disse Obama em uma coletiva de imprensa na Casa Branca. “Vou voltar a essa questão”, prometeu o presidente sem, no entanto, apresentar um novo caminho que possa vencer a resistência do Congresso, que bloqueou esforços anteriores nesse sentido.
Confira outros números importantes da prisão de Guantánamo no infográfico abaixo:
Para Obama, a prisão de Guantánamo “vai contra o que os Estados Unidos são”, já que muitos suspeitos de terrrorismo poderiam ter sido julgados pelo sistema civil, e não militar. O presidente descreveu o centro como “um problema persistente” que pode piorar se não for resolvido logo. A prisão de Guantánamo foi aberta em 2002 pelo antecessor de Obama, George W. Bush, e foi destinado a suspeitos de terrorismo.
Obama acrescentou que com o fim da guerra no Iraque e com a transferência da segurança do Afeganistão para forças locais, a estrutura em Cuba também deve ser fechada. Pediu ainda ajuda aos parlamentares para planejar uma solução legal para o processo dos detidos.
O centro de detenção de Guantánamo voltou a atrair as atenções com uma enorme greve de fome, da qual participam mais de 100 dos 166 prisioneiros. Há informações de que muitos deles estão sendo forçados a comer. A maioria está presa sem uma acusação formal, e o protesto é pela indefinição da situação.
Em suas respostas, durante a entrevista coletiva, Obama comentou a greve de fome. “Eu não quero que esses indivíduos morram. Obviamente o Pentágono está tentando administrar a situação da melhor forma possível”.
A situação levou os Estados Unidos a reforçarem a equipe médica em Guantánamo. Aproximadamente 40 enfermeiras e outros especialistas chegaram ao local no último fim de semana.