Obama: ‘repressão demonstra verdadeiro caráter do regime’
Para presidente, Síria será 'lugar melhor' ao avançar para transição democrática
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste domingo estar chocado com a repressão na Síria, que pode ter deixado quase 140 mortos, e prometeu aumentar a pressão sobre o regime de Bashar al Assad. Em um comunicado, Obama elogiou os manifestantes que tomaram as ruas e disse que a Síria será um “lugar melhor” quando avançar para uma transição democrática.
Segundo as agências internacionais, o número de pessoas mortas na Síria neste domingo pode chegar a 140, enquanto outras dezenas teriam ficado feridas, durante uma ofensiva do Exército sírio em várias cidades do país. Este foi um dos dias mais sangrentos desde o início da revolta contra o regime do presidente Bashar al Assad, informaram os insurgentes.
“Estou chocado com o uso da violência pelo governo da Síria e a brutalidade contra seu próprio povo. As notícias de Hama são terríveis e demonstram o verdadeiro caráter do regime sírio”, afirmou Obama em sua declaração. “Mais uma vez, o presidente Assad mostrou que é completamente incapaz e que não deseja responder aos pedidos legítimos do povo sírio. Seu uso de tortura, corrupção e terror o coloca do lado errado da história e de seu povo”, criticou.
Desde o início da rebelião contra o regime de repressão, os confrontos já deixaram mais de 1.900 mortos, incluindo mais de 1.500 civis, segundo um balanço do Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH). Mais de 12.000 pessoas foram presas. “Através de suas ações, Bashar al Assad fará com que ele e seu regime se tornem coisa do passado e que o corajoso povo sírio que tem se manifestado nas ruas irá determinar seu futuro”, concluiu Obama.
Outras manifestações – Para o ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, a ação contra os civis que se manifestam em massa e pacificamente durante várias semanas não tem nenhuma justificativa. “Esses ataques são ainda mais chocantes porque ocorrem na véspera do Ramadã (o mês sagrado para os muçulmanos), acrescentou. Seu homólogo alemão, Guido Westerwelle, exigiu que o presidente Bashar al Assad ponha fim imediatamente à violência contra os manifestantes pacíficos e o ameaçou com novas sanções europeias.
Já o francês Alain Juppé disse que os ataques são “inaceitáveis” e pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que faça frente a suas responsabilidades, assegurando que os responsáveis políticos, militares e de segurança sírios sejam, agora mais do que nunca, responsabilizados pelos seus atos. O porta-voz da embaixada norte-americana na Síria, J.J. Harder, declarou à rede britânica BBC que a violenta ofensiva é “um ato desesperado” por parte do regime, levando a uma “guerra contra seu próprio povo”.
“Banho de sangue na Síria”, denunciaram os opositores do regime em seu site “Syrian Revolution 2011”, motor da contestação e que convocou novas “manifestações de represália” na saída das mesquitas após o “Tarawih”, as orações noturnas durante o Ramadã, que começa na noite desde domingo.
(Com agência France-Presse)