O presidente americano, Barack Obama, declarou apoio à construção de uma mesquita perto do marco zero de Nova York, local onde ficavam as Torres Gêmeas, derrubadas em um ataque de terroristas islâmicos, em 2001. O anúncio do presidente foi feito na Casa Branca, durante um jantar em celebração ao Ramadan, mês em que os muçulmanos praticam um jejum ritual.
“Os muçulmanos têm o mesmo direito de praticar sua religião que qualquer um nesse país”, disse o presidente, de acordo com a transcrição oficial da Casa Branca. “Isso inclui o direito de construir um local de oração e um centro comunitário em uma propriedade privada de Manhattan, em conformidade com as leis locais.”
A notícia da construção de uma mesquita próxima ao marco zero tem gerado debate nos Estados Unidos. Políticos e parentes das vítimas do 11 de Setembro têm vindo a público protestar contra o projeto. O congressista nova-iorquino Peter T. King criticou Obama e chamou de “insensível” o projeto muçulmano de construir uma mesquita no local.
Ao apoiar a construção, Obama se arrisca a perder parte de sua popularidade. Uma pesquisa nacional mostrou que a maioria dos americanos é contra a mesquita. O levantamento, divulgado pela rede televisiva CNN, indicou que 68% eram contra a construção, e apenas 29% a favor.
Integra esses 29% o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que recentemente deu uma declaração a favor da mesquita. Bloomberg voltou a falar após o posicionamento de Obama. “Esse é um importante teste da separação entre estado e igreja, e eu aplaudo o presidente.”
Obama havia passado a semana sem tocar no assunto. O secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, chegou a dizer que se tratava de uma questão local. Nesta sexta, porém, durante o jantar em celebração ao Ramadan, Obama viu uma boa oportunidade de se posicionar a respeito da mesquita. “Os ataques de 11 de Setembro foram profundamente traumáticos para o país. A dor e o sofrimento daqueles que perderam pessoas amadas é simplesmente inimaginável. Eu entendo as emoções que esse projeto gera. Mas estamos nos Estados Unidos e o nosso compromisso com a liberdade religiosa tem de se manter firme.”