O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu nesta terça-feira que irá comutar a pena da ex-militar Chelsea Manning, que vazou documentos secretos ao site WikiLeaks, em 2010. Manning está presa há quase sete anos pela quebra de sigilo e, após a decisão de Obama, deve ser liberada em maio de 2017.
A militar transgênero ficou detida por mais tempo do que qualquer outro informante na história americana, depois de ser condenada a 35 anos na cadeia. Manning está em uma prisão militar no Estado do Kansas e já tentou suicídio duas vezes. Sua liberação também facilitará o trabalho do Departamento de Defesa, que vinha sendo pressionado a dar apoio médico e psicológico para a transição de gênero da militar.
O vazamento feito por Manning, analista de segurança do Exército no Iraque, expôs centenas de milhares de telegramas diplomáticos, documentos sobre a prisão de Guantánamo e das guerras do Iraque e do Afeganistão. Em novembro, Manning enviou um pedido oficial de clemência à Casa Branca, por acreditar que era sua última chance “em muito tempo” de conseguir a liberdade.
Nos últimos dias, a Casa Branca deu sinais que Obama estava considerando reduzir a pena de Manning, mas não aceitar o pedido de perdão de Edward Snowden, que também vazou informações confidenciais do governo. Ao anunciar a decisão de Obama sobre a militar, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, comentou que “há uma enorme diferença” entre os casos. Segundo Earnest, Manning passou pela Justiça militar, foi condenada e admitiu o erro. Snowden, por outro lado, “fugiu para as mãos de um adversário”, em referência a seu asilo na Rússia.