Obama pede tolerância política nos EUA
Em ato de memória às vítimas de ataque, presidente prega união e fim de discurso beligerante
Obama emocionou os presentes ao dizer que a deputada Gabrielle Giffords “abriu os olhos pela primeira vez” nesta noite, desde que levou um tiro na cabeça no sábado
O presidente americano Barack Obama participou de um ato de homenagem às vítimas do ataque de sábado passado no Arizona. Na ocasião, o jovem Jared Loughner, 22 anos, matou seis pessoas e feriu outras 14 ao abrir fogo contra um grupo que assistia a um encontro político realizado em um mercado da cidade de Tucson.
Antes de fazer aquele que já é considerado pela imprensa americana um de seus discursos mais comoventes, Obama passou no Centro Médico Universitário de Tucson para visitar a deputada Gabrielle Giffords, que levou um tiro na cabeça no ataque de sábado. Internada desde então, Gabrielle “abriu os olhos pela primeira vez” na noite de quarta-feira, durante a visita da comitiva presidencial, disse o presidente americano. “Gabrielle sabe que estamos aqui, que temos carinho por ela e que a estaremos apoiando no que será um caminho difícil.” A plateia de 14 mil pessoas apladiu de pé.
União – Durante sua fala na Universidade do Arizona, Obama também prestou homenagem às outras cinco vítimas do ataque e pregou a tolerância política nos Estados Unidos: “Em lugar de nos apontarmos com o dedo e de jogar a culpa no outro, usemos esta oportunidade para ampliar nossa imaginação moral, para nos escutar mais cuidadosamente, para aguçar nossos instintos de empatia”. Ao empregar uma linguagem beligerante e por vezes raivoso, o movimento ultraconservador Tea Party foi duramente criticado após o ataque de Tucson.
Sarah Palin, ex-candidata republicana à vice-presidência dos Estados Unidos, havia colocado Gabrielle no “ponto de mira” durante as últimas eleições, em um mapa no qual se viam vários “alvos” a abater. O momento mais emocionante do discurso, que teve 32 minutos de duração, foi quando o presidente prestou condolências à família de Christina Green, a menina de apenas nove anos morta no ataque. “Vemos os nosso filhos ao olhar para Christina. Quero que estejamos à altura daquilo que ela esperava de nós”, disse Obama.
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