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Obama admite uso de aviões robôs no Iraque

'EUA estão no ataque e Al Qaeda está fraca', afirmou o presidente em sua primeira entrevista pela internet

Por Da Redação
30 jan 2012, 21h37

Em sua primeira entrevista totalmente virtual, que foi ao ar na noite desta segunda-feira no YouTube e Google+, o presidente americano Barack Obama afirmou que a política de segurança dos Estados Unidos tem resultado no enfraquecimento da Al Qaeda, mas o grupo terrorista ainda desperta preocupações na Casa Branca. “Estamos no ataque agora e a Al Qaeda está fraca. Mas ainda temos trabalho a fazer”, disse Obama ao responder uma pergunta sobre a morte de civis em bombardeios teleguiados e o uso de aviões robôs (drones) no Iraque mesmo depois da retirada das tropas americanas do país, o que foi revelado em reportagem deste domingo do jornal The New York Times.

O presidente considerou o texto, que relata o amplo uso dos aviões robôs nos céus iraquianos e a irritação do governo local, exagerada. Obama reconheceu o uso dos artefatos, mas negou que eles tenha causado a morte de civis em bombardeios. “Eles (os drones) focam uma lista muito específica de pessoas que têm ligação com o terrorismo, não um bando qualquer numa sala tomando decisões”, alegou o líder americano, que defendeu a utilização dos robôs em ataques contra terroristas. “Temos que ser judiciosos sobre como usamos os drones, mas pegá-los (os terroristas) de outra forma levaria a uma intrusão muito maior”.

Em outra resposta, o presidente americano admitiu mais abertamente o uso dos drones em ataques nas áreas tribais do noroeste do Paquistão, local de refúgio do Talibã e de células da Al Qaeda. “Na maior parte, foram ataques muito precisos contra a Al Qaeda e seus seguidores, e estamos sendo muito cuidadosos em relação a isso”, afirmou.

A política de segurança da Casa Branca também foi defendida pelo presidente ao responder uma questão sobre os gastos dos EUA com ajuda humanitária no exterior, em tempos de crise econômica nos EUA. Obama declarou que os recursos, “menos de 1% do orçamento do governo”, fazem parte de “um único pacote” no qual também estão os gastos militares.”Esses gastos ajudam a economia local (dos países) e evitam que tenhamos crises militares. É parte da nossa estratégia geral de segurança”, declarou. “A maior parte da ajuda que gastamos é com países que estão ajudando com nossa segurança. Não é caridade, é ajudar os países a se levantarem e criarem uma situação boa para os negócios americanos”.

Economia – A crise econômica e as altas taxas de desemprego ocuparam boa parte da entrevista, na qual internautas puderam fazer perguntas ao presidente. Obama mostrou-se otimista com o desempenho dos índices econômicos, mas nem tanto. “Estamos começando a ver sinais de melhoria na economia. Três milhões de empregos foram criados, mas ainda temos muito a fazer”, disse. Como havia defendido no discurso anual sobre o Estado da União, semana passada, ele voltou a falar sobre a necessidade de reformar o código tributário de modo que os impostos sejam cobrados de forma mais justa.

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O chefe de estado também valorizou a recuperação da indústria automobilística, apontando nela um exemplo para outros setores da economia. “A inústria de automóveis começou a desenhar produtos melhores e olhar as tendências do futuro. Drobamos o número de carros ecologicamente corretos pela primeira vez em 30 anos. Temos que continuar a antecipar qual será a demanda, não só nos EUA mas em outros países”.

Além disso, ele prometeu que a unificação de agências do governo, medida que ainda precisa da autorização do Congresso, não irá prejudicar os pequenos negócios. De acordo com Obama, atualmente um microempresário precisa ir a várias agências para obter financiamento ou aprender a exportar seus produtos, por exemplo, e isso pode ser feito em um único órgão. “A SBA (equivalente do Sebrae nos EUA) dá uma grande ajuda a pequenos empresários, mas temos que economizar. Quanto mais enxuta a agência for , mais eficiente será para os pequenos negócios”, acredita Obama.

Educação – Com estudantes entre os entrevistadores, a educação foi outro tema bastante discutido pelo presidente. Ao responder uma pergunta sobre como os jovens de hoje poderão pagar o financiamento estudantil, cada vez mais caro nos EUA, Barack Obama afirmou que vai criar um programa para premiar com incentivos universidades e faculdades que apresentarem ideias sobre como baratear os cursos do ensino.

“Quero encorajar todos a ter uma educação superior”, exortou o presidente. “Mas isso não significa ter que passar quatro ou cinco anos numa graduação”, completou, citando a necessidade de técnicos nas áreas de computação e engenharia, que não precisam de um diploma tradicional e são cada vez mais requisitados pelas empresas.

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Obama procurou tranquilizar a jovem audiência: “Toda vez que temos crise como a de 208 e 2009, isso afeta o imaginário dos jovens. Uma das coisas que devo fazer como presidente é lembrar dos problemas enfrentados por outras gerações. Nem sempre estivemos no topo. Mas ainda temos as melhores universidaes e o melhor espírito empreendendor. O que tento fazer tanto para adultos quanto crianças é mantê-los esperançosos”.

Internet – Em uma entrevista virtual, não poderia faltar uma pergunta sobre os controversos projetos de lei Sopa e Pipa, que tramitam no Congresso americano e buscam proteger os direitos autorais na internet, mas têm sido muito criticados por limitarem a liberdade de expressão e engessarem o fluxo de informações na rede.

Questionado sobre como combater a prirataria mantendo a liberdade na internet, Obama disse que seu governo está usando as leis que já existem para garantir a proteção dos direitos autoriais. “Acreditamos que é possível fazer isso sem afetar a integridade fundamental da internet como um sistema aberto. Acho que podemos conciliar as coisas”, disse o presidente, que ainda respondeu perguntas pessoais.

Numa delas, sobre como pretende comemorar seu aniversário de 20 anos de casamento com a primeira-dama Michele, no próximo mê de outubro, Barack Obama disse que teria que adiar a celebração. “Nosso aniversário de casamento será em 30 de outubro, a um mês das eleições. “Não sei o quanto romântica será a comemoração nessas circuntâncias. Talvez teremos que deixar para depois”, despistou as cerca de 250.000 pessoas que acompanharam a transmissão pela internet.

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