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O escândalo dos US$ 500 mil guardados no sofá do líder da África do Sul

Painel que investiga Cyril Ramaphosa pelo suposto roubo que aconteceu em sua fazenda de búfalos começa a ouvir pedidos de impeachment

Por Da Redação
2 dez 2022, 09h57
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  • CAPE TOWN, SOUTH AFRICA - NOVEMBER 25: President Cyril Ramaphosa in the National Assembly on November 25, 2021 in Cape Town, South Africa. President Ramaphosa answered questions on Eskom, hung municipal councils and military veterans. (Photo by Jeffrey Abrahams/Gallo Images via Getty Images)
    Cyril Ramaphosa foi eleito presidente da África do Sul, em 2018, com uma campanha anti-corrupção. 25/11/2021 - (Gallo Images/Getty Images)

    Cyril Ramaphosa foi eleito presidente da África do Sul, em 2018, com uma campanha anti-corrupção. Agora, contudo, ele sofre pressão para desistir do cargo devido a alegações de que encobriu o roubo de uma grande quantia em dinheiro de sua lucrativa fazenda de criação de gado e caça, que – segundo ele mesmo – estava guardada em um sofá de couro.

    Entre US$ 500 mil e US$ 5 milhões foram roubado do rancho de Ramaphosa em Phala Phala, na província de Limpopo, no início de 2020. Como estava dentro do sofá, o dinheiro não parece ter sido declarado de acordo com os rígidos regulamentos locais contra lavagem de dinheiro ou evasão impostos.

    Além disso, o presidente sul-africano não denunciou o roubo à polícia. Em vez disso, um de seus guarda-costas foi encarregado de encontrar a quantia e, possivelmente, pagar os culpados para não falar nada sobre o assunto. A mídia local chama o escândalo de “Farmgate”.

    O painel que investiga Ramaphosa é liderado por um ex-presidente do tribunal, e foi criado pelo presidente do parlamento após uma moção de um partido de oposição menor. A investigação concluiu que o crime não foi denunciado à polícia e que houve uma “decisão deliberada de manter a investigação em segredo”.

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    O ex-chefe de espionagem sul-africano Arthur Fraser alegou que o roubo foi escondido da polícia e do serviço de receita, acusando Ramaphosa de pagar os culpados por seu silêncio.

    O presidente da África do Sul sustentou que o dinheiro era proveniente da venda de búfalos em sua fazenda, para um empresário sudanês, e que o roubo foi relatado ao chefe da segurança presidencial. Ele também contesta as alegações de Fraser de que a quantia escondida em sua fazenda era de mais de US$ 4 milhões.

    Ramaphosa é um conhecido proprietário e comerciante de búfalos raros, gado e outros animais selvagens, e se tornou multimilionário por meio de sua fazenda privada.

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    “Alguns estão espalhando calúnias sobre mim e dinheiro. Quero garantir que tudo isso foi dinheiro da venda de animais. Nunca roubei dinheiro de lugar nenhum. Seja dos nossos contribuintes, seja de qualquer pessoa. Eu nunca fiz isso. E nunca o farei”, disse ele ao se dirigir a membros do partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) em junho deste ano.

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    O painel de investigação concluiu que as explicações apresentadas pelo líder sul-africano ainda não eram suficientes e que ele poderia ter violado a constituição e seu juramento de posse ao ter uma segunda renda como presidente.

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    Os principais líderes do CNA devem se reunir ao longo dos próximos dias para discutir o relatório da investigação e, embora o partido tenha uma regra de “afastamento” por má conduta, seu porta-voz, Pule Mabe, disse que isso se aplica apenas àqueles que são “acusados criminalmente”.

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    Pedidos de impeachment

    Ramaphosa foi recentemente homenageado no Palácio de Buckingham na primeira visita de estado organizada pelo rei Charles. Perto de casa, no entanto, o escândalo ameaça encerrar sua carreira política.

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    Nos círculos políticos do país, circulam especulações de que ele poderia renunciar ao cargo. Além disso, a conferência eletiva do CNA para escolher sua liderança deve ocorrer em meados de dezembro, e provavelmente será dominada pelos problemas do presidente.

    O líder da oposição da África do Sul foi rápido em pedir um processo de impeachment e eleições antecipadas.

    “O relatório é claro e inequívoco. O presidente Ramaphosa provavelmente violou uma série de disposições constitucionais e tem um caso a responder. O processo de impeachment sobre sua conduta deve prosseguir e ele terá que oferecer explicações muito melhores e mais abrangentes do que as que recebemos até agora”, disse John Steenhuisen, líder da Aliança Democrática.

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    A Assembleia Nacional vai analisar o relatório e, tecnicamente, pode instaurar um processo de impeachment, embora isso seja improvável, já que o CNA detém a maioria dos assentos.

    Ramaphosa assumiu o cargo depois que seu antecessor, Jacob Zuma, foi forçado a renunciar devido a várias acusações de corrupção. Ex-líder sindical e empresário multimilionário, o atual líder disse repetidamente que o combate à corrupção era uma prioridade para sua gestão.

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    Mas o CNA, segundo todos os relatos, foi fraturado em diversas facções políticas durante todo seu mandato. Alguns aliados do ex-presidente Zuma agora pedem abertamente a renúncia de Ramaphosa.

    O gabinete da presidência disse que ele estudará o relatório e fará um anúncio “no devido tempo”.

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