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O comissário que voou alto

Agredido por um passageiro, atendente de vôo joga a carreira pela porta de emergência. Literalmente

Por La Vanguardia
11 ago 2010, 18h09

Steven Slater esperou o pouso. Então pegou o microfone do avião e despejou insultos e palavras duras, algumas irreproduzíveis neste texto, contra o passageiro mal educado

O avião procedente de Pittsburg acabara de aterrissar em Nova York, mas ele decidiu decolar. Alçar voo. Não é uma aposta arriscada afirmar que os passageiros se aborreceram com o comissário de vôo pelo atraso que lhes causou. No entanto, mais um de palpiteiro – assim como os comentários das redes sociais – qualificaram Steven Slater como um herói.

Um herói porque fez o que muitos gostariam de fazer: dar um basta a um trabalho degradante e, em algumas ocasiões, humilhante. Já faz muito tempo, especialmente depois da popularização das companhias aéreas de baixo custo, da massificação e do corte de gastos, que esta ocupação nas nuvens perdeu seu glamour. Tanto que Steven Slater, de 38 anos, se sentiu maltratado por um passageiro e tomou a decisão de jogar sua vida pelos ares. Ainda que “quem pague, mande” ou que “o cliente tenha sempre razão”, ele considerou que existem exceções. No seu caso, sem ter de ir muito longe.

Tudo começou durante o voo 1052 da companhia Jet Blue, com uma centena de pessoas a bordo. Um passageiro tratou de tirar algo de sua maleta, depositada no compartimento superior. Slater indicou que não poderia fazer aquilo naquele momento. A maleta acabou acertando a cabeça do empregado. Nas fotografias posteriores se observa a marca do impacto em sua testa. O comissário pediu ao passageiro que se desculpasse, e recebeu um não como resposta.

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Steven Slater esperou o pouso. Então pegou o microfone do avião e despejou insultos e palavras duras, algumas irreproduzíveis neste texto, contra o passageiro mal educado. “Foram 28 bons anos”, concluiu sua peroração (mais tarde se confirmou que levava duas décadas no ofício). Antes de que chegasse o finger para conectar a porta ao terminal, o comissário pegou algumas cervejas e acionou a rampa da porta de emergência, uma espécie de tobogã. Por ali escorregou, enquanto os passageiros tiveram de esperar mais de meia hora até que se consertasse o estrago.

“Gostaria de deixar o trabalho dessa maneira”, disse Phil Catelinet, que mora no Brooklyn, em Nova York, ao Daily News. “Ele parecia feliz, como se dissesse: simplesmente ‘estou pedindo demissão'”, lembrou o passageiro. A companhia não avisou a polícia até 20 minutos depois do incidente. Foi tempo suficiente para Slater chegar até sua casa em Rockaways, com vista para o mar. Algumas informações garantem que quando a polícia o deteve, três horas depois – ele pode ser condenado a vários anos de prisão – estava na cama, relaxando ao lado do namorado. Foi algemado. Um vizinho contou que Steven Slater sorria ao entrar no carro da polícia.

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