O bilionário russo Roman Abramovich está enfrentando duras pressões devido às sanções dos Estados Unidos e seus aliados europeus contra a Rússia, em reprimenda à guerra na Ucrânia.
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De acordo com o portal de notícias Bloomberg, o magnata perdeu parte de seus ativos e propriedades no Reino Unido após ser atingido por penalidades financeiras impostas aos oligarcas da Rússia.
Entre seus bens vendidos está o Chelsea Football Club, um dos maiores times da Inglaterra, que Abramovich entregou no final de maio para o consórcio liderado pelo empresário americano Todd Boehly e a firma de investimentos Clearlake Capital pelo valor de 4,25 bilhões de libras (R$ 25,5 bilhões).
O russo, que chegou a participar de negociações de paz entre Moscou e Kiev, tornou-se proprietário do time britânico em 2003, por 140 milhões de libras (R$ 868,6 milhões) e investiu mais de 1 bilhão de libras (R$ 6,2 bilhões) no clube antes de vendê-lo por meio de um acordo aprovado pelo governo do Reino Unido, que prevê que parte do valor seja destinado à ajuda humanitária na Ucrânia.
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Além do time inglês, outros bens valiosos como mansões localizadas na vizinhança da família real britânica, ações do grupo siderúrgico Evraz Plc, com sede em Londres, e a empresa de investimentos MHC foram liquidados ou congelados após a invasão russa da Ucrânia.
Com fortuna avaliada em US$ 13 bilhões (R$ 66,6 bilhões), o magnata, que já foi considerado um dos dez mais ricos da Rússia, concentrava seus negócios em Londres nas últimas décadas. Seus principais ativos na capital britânica valiam quase um terço de sua fortuna total, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
Segundo a análise da plataforma especializada em dados financeiros, o golpe a Abramovich destaca a rapidez com que algumas das maiores fortunas russas colapsaram como resultado de penalidades financeiras impostas em todo o mundo quando o presidente russo Vladimir Putin atacou o país vizinho.
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“As sanções foram feitas para criar descontentamento entre oligarcas como Abramovich e fazê-los pressionar Putin”, disse Liana Semchuk, analista da empresa londrina de consultoria financeira Sibylline, em entrevista à Bloomberg.
Segundo a especialista, a falência dos investimentos internacionais dos bilionários russos estão empurrando os magnatas de volta para Moscou, o que os torna “ainda mais dependentes” do chefe do Kremlin.
Logo após o início do conflito, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e a União Europeia impuseram duras sanções econômicas contra o sistema financeiro e as transações comerciais com a Rússia, reservando um conjunto especial de restrições para mais de trinta bilionários russos que circulam e investem suas fortunas no Ocidente.
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Nas primeiras duas semanas, as medidas de congelamentos de bens, empresas e ativos financeiros já haviam custado aos chamados “oligarcas” mais de US$ 80 bilhões, ou um terço de sua riqueza combinada.
Extremamente influentes nas decisões políticas da Rússia, o grupo de ricaços construiu seu império a partir de privilégios obtidos durante a onda de privatizações que se seguiu ao fim do regime comunista, em 1991. Atualmente, a maioria deles são membros do alto escalão do governo e desempenham funções estratégicas.