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Por que os oligarcas russos são o ‘calcanhar de Aquiles’ de Putin

Nenhuma medida tem se mostrado capaz de deixar o presidente Vladimir Putin tão vulnerável quanto as sanções aplicadas aos seus apoiadores bilionários

Por Luana Zanobia Atualizado em 7 mar 2022, 17h53 - Publicado em 3 mar 2022, 12h34

A ofensiva militar russa à Ucrânia completa pouco mais de uma semana com um saldo de mais de 2 mil civis mortos e de mais de 800 mil refugiados. Desde então, diversas sanções vêm sendo aplicadas pelo Ocidente na tentativa de cessar o conflito, mas nenhuma medida tem se mostrado capaz de deixar o presidente Vladimir Putin tão vulnerável quanto as sanções aplicadas aos oligarcas russos.

Um grupo importante de bilionários – muitos deles aliados a Putin – está sendo duramente penalizado com medidas de congelamentos de seus bens, empresas e ativos financeiros. “Estamos nos juntando com aliados europeus para apreender os iates, jatinhos e apartamentos de luxo dos oligarcas russos”, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no discurso do Estado da União, na terça-feira. Na Rússia, os oligarcas são um grupo de ultrarricos, que enriqueceram fazendo negócios com o Estado, e são extremamente influentes para o poder e a estabilidade de Putin. A maioria deles são membros do alto escalão do governo e desempenham funções estratégicas.

Um dos mais importantes oligarcas é Roman Abramovich, dono do Chelsea, um dos maiores clubes de futebol da Inglaterra. O magnata aliado a Putin decidiu colocar o time à venda na tentativa de evitar que seus bens sejam tomados, em meio às crescentes pressões na Europa. Outros importantes figurões afetados pelas sanções são Nikolai Shamalov, acionista do Rossiya Bank, e seu filho Kirill Shamalov, vice-presidente da petroquímica russa Sibur, personalidades próximas de Putin e ex-integrantes da família. Kirill Shamalov foi casado com a filha de Putin, Katerina Tikhonova. Denis Bortnikov, vice-presidente do Banco VTB, e seu pai, Aleksandr Bortnikov, diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB), um dos homens mais leais a Putin e seu braço-direito, tiveram seus ativos congelados na Europa, Reino Unido e Estados Unidos. Também foram alvos das sanções Gennadi Timchenko, controlador da Volga Group; Petr Fradkov, chefe do banco Promsvyazbank, e seu pai, Mikhail Fradkov, ex-primeiro-ministro da Rússia; e membros da família Rotenberg, ligados às empresas de gasoduto SMP Group e Gazprom.

Em entrevista para a Bloomberg, Bill Browder, cofundador do Hermitage Capital Management, que já foi um dos maiores fundos de investimento da Rússia, disse que a melhor maneira de punir Putin é atacar os oligarcas russos. “Encontramos o calcanhar de Aquiles dele. Nós sancionamos os oligarcas, ele ameaça uma guerra nuclear”, disse. Browder foi banido da Rússia após seu advogado, Sergei Magnitsky, assassinado em 2009, denunciar fraudes fiscais e abuso de direitos no governo russo.

Timidamente e sem fazer menções a Putin, alguns oligarcas começam a se posicionar sobre o conflito. O magnata Oleg Deripaska, diretor executivo da Basic Element; Mikhail Fridman, co-fundador do Alfa Bank, e Oleg Tinkov, fundador do Tinkoff Bank, já deram algumas manifestações para que o conflito cesse. Fridman, nascido na Ucrânia, chamou a guerra de “tragédia” e Tinkov disse que pessoas inocentes estão morrendo e isso é “impensável e inaceitável”. O banqueiro Oleg Tinkov já perdeu mais de 5 bilhões de dólares, cerca de 25,8 bilhões de reais, e deixou o ranking de bilionários da Forbes.

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