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O Brasil na COP26: pressão de potências e imagem negativa

Acordos para zerar o desmatamento do mundo e diminuir a produção de metano, e frase polêmica marcaram a participação do país na cúpula do clima

Por Duda Gomes Atualizado em 12 nov 2021, 17h39 - Publicado em 12 nov 2021, 17h30

Com a Cúpula do Clima das Nações Unidas, a COP26, em Glasgow, na Escócia, chegando ao fim, líderes mundiais ainda correm para acertar metas mais ambiciosas de cortes de gases do efeito estufa.

Sem a presença do presidente Bolsonaro, o Brasil foi representado na cidade escocesa pelo Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que só chegou à COP26 na segunda semana de cúpula.

Em discurso, na quarta-feira,10, Joaquim Leite arrancou críticas de ambientalistas ao redor do mundo ao associar as florestas com a pobreza – frase no mínimo controversa dita em uma cúpula na qual o meio ambiente representa a grande chave para um futuro melhor.

“Reconhecemos também que onde existe muita floresta, também existe muita pobreza.

Para promover o desenvolvimento sustentável da região criamos o Programa Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais Floresta+, que busca fomentar o mercado de serviços ambientais”, disse Leite.

O Ministro tentou defender a gestão Bolsonaro durante o discurso, afirmando que o governo dobrou os recursos para a área ambiental, mas não mencionou o aumento do desmatamento da Amazônia.

Até o momento , o Brasil está envolvido em dois acordos. Um que prevê zerar o desmatamento no mundo até 2030, com mais de cem países.

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Brasil, Indonésia e Congo têm as maiores florestas tropicais do mundo. O outro que define a redução em 30% nas emissões de metano, um dos principais gases do efeito estufa.

Um importante ponto sobre o acordo do metano é que o gás está diretamente ligado à produção de carne no Brasil, uma vez que o boi emite metano durante a fermentação gástrica, e 17% das emissões de gases do efeito estufa do Brasil vêm da pecuária.

Joaquim Leite também cobrou as nações ricas por mais recursos para os países em desenvolvimento, mencionando o acordo fechado em 2009.

Segundo Leite, falta monitoramento de quanto cada país desenvolvido está aplicando, além de mecanismos que auxiliem no depósito do dinheiro.

“A meta de 100 bilhões de dólares não foi cumprida e esse valor já não é mais suficiente”, disse o Ministro.

Brasil, Argentina e Uruguai defenderam a criação de um comitê permanente para monitorar quanto cada país rico está dando às nações em desenvolvimento para combater as mudanças climáticas.

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Pediram também que a COP26 determinasse um valor de financiamento para daqui a quatro anos, não previsto no texto preliminar do acordo.

Negociadores brasileiros também chamaram atenção para o fato dos países com os maiores índices de emissões de gases poluentes não definirem uma data para reduzir ou eliminar o uso de carvão e combustíveis fósseis, ou para uma transição para o uso de energias limpas.

Países como Alemanha e China ainda têm a principal fonte de energia oriunda de uma matriz poluente.

Mesmo prevista para acabar amanhã, as negociações da COP26 ainda podem ser decididas ao longo do fim de semana.

Depois dos últimos dois anos de degradação da imagem do país no cenário ambiental, o Brasil enfrenta um desafio para reconquistar o peso que sempre teve em debates climáticos.

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