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Novo presidente da Ucrânia dissolve Parlamento e convoca eleições

Em discurso de posse, Volodymyr Zelenski também afirmou que prioridade de seu governo será o cessar-fogo com separatistas pró-Rússia

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h47 - Publicado em 20 Maio 2019, 09h42

O novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, anunciou a dissolução do Parlamento e convocou novas eleições pouco depois de tomar posse nesta segunda-feira, 20. A decisão de Zelenski tem como objetivo buscar uma maioria favorável a seu governo, para um mandato que terá como prioridade acalmar o conflito com os separatistas.

“Dissolvo o Parlamento”, afirmou, diante dos deputados e delegações internacionais reunidas para a cerimônia de posse, sem anunciar a data das novas eleições.

O partido de Zelenski, o Servo do Povo, não tem cadeiras no legislativo. A Rada, como é conhecido o Parlamento, é a encarregada de designar o primeiro-ministro.

O pleito legislativo na Ucrânia estava previsto originalmente para o dia 27 de outubro. Zelenski pediu aos deputados para adotar, antes da dissolução, uma série de leis urgentes e destituir de seus cargos vários funcionários de alto escalão, para o que deu um prazo de dois meses.

O atual presidente foi eleito em abril com 73% dos votos contra 25% de Petro Poroshenko, presidente até então. Zelenski, contudo, não tem qualquer experiência política.

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O ucraniano ganhou fama por interpretar um presidente fictício em uma série de TV. O programa, chamado Servo do Povo, foi usado como inspiração para a criação do partido de Zelenski.

Antes de anunciar a dissolução do Parlamento, o presidente deixou claro que a prioridade de seu governo será “conseguir um cessar-fogo em Dombas”, em referência à região do leste do país controlada por separatistas pró-Rússia.

Seu discurso de posse foi acompanhado de perto por parte da população, já que, durante a campanha, Zelenski divulgou poucas informações sobre seus planos para o mandato. O ator baseou sua propaganda nas promessas de “romper o sistema”, em uma corrida dominada pela desilusão pública com o “establishment” político.

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Há alguns meses, a ideia de Zelenski se tornar o verdadeiro presidente da Ucrânia parecia impossível. Quando o ator e comediante anunciou sua candidatura em 31 de dezembro, poucos levaram a sério, mas, depois de uma campanha sem precedentes, ancorada em grande parte nas redes sociais, ele derrotou Poroshenko no segundo turno.

Seu antecessor foi eleito há cinco anos com uma onda de apoio público após uma revolta popular pró-Ocidente, o que levou a Ucrânia a tempos excepcionalmente difíceis, após a anexação da Crimeia por parte da Rússia e a explosão de um conflito armado com separatistas respaldados por Moscou – o confronto deixou 13.000 mortos.

Poroshenko evitou o colapso total e iniciou uma série de reformas cruciais, mas foi criticado por não ter melhorado o nível de vida dos ucranianos nem ter lutado de modo eficaz contra a corrupção generalizada.

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Zelenski prometeu continuar com o rumo pró-Ocidente do país, mas seus críticos perguntam como enfrentará os grandes desafios do conflito separatista e os problemas econômicos.

Como o presidente ucraniano não tem maioria no atual Parlamento, fixar uma data para sua posse exigiu semanas de negociações e Zelenski, desesperado, chamou os parlamentares de “ladrões”.

“O país precisa de mudanças e reformas fundamentais”, afirmou a equipe do presidente na sexta-feira 17. “Esta é a demanda do povo ucraniano. Para isto, nós precisamos de um Parlamento que funcione”, completou a equipe.

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O novo presidente terá que lidar imediatamente com uma série de temas internacionais delicados, o que representará uma ideia dos desafios dos próximos anos.

(Com AFP e EFE)

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