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Novo líder chinês tem mulher pop star e gosta de basquete

Troca de comando cria expectativas de nova abordagem política na China

Por Da Redação
9 nov 2012, 15h43

Pouco se sabe sobre as ideias do homem que sucederá Hu Jintao oficialmente a partir de março do ano que vem, quando será realizada a reunião anual da Assembleia Nacional Popular, o Parlamento chinês. Há, no entanto, algumas curiosidades sobre a vida pessoal de Xi Jinping: ele adora basquete e é casado com uma mulher tão famosa quanto ele.

Xi Jinping será anunciado novo presidente da China ao final do 18º Congresso do Partido Comunista e assumirá o país em um momento crucial. A China precisa continuar crescendo. Para alcançar esse objetivo, os chineses terão de promover reformas internas – o que aumenta atenção mundial em torno das decisões da nova liderança chinesa.

Natação e o poder na China

  1. A revista Foreign Policy publicou um artigo em agosto no qual fazia uma comparação entre a prática de natação e a abertura do regime comunista na China. Em 1997, o então presidente chinês Jiang Zemin fez uma visita cheia de significados aos Estados Unidos. Além de admitir que foram cometidos erros no massacre da Paz Celestial, em 1989, Jiang nadou em uma praia no Hawaii como parte de sua agenda diplomática.
  2. Os líderes do Partido Comunista têm um longo histórico de nadar para mostrar uma saúde vigorosa, além de competência como líderes. Não há, no entanto, registros de Hu Jintao, presidente da China durante os últimos dez anos, o que, para a Foreign Policy, é um forte indicativo de sua forma de governar e da natureza do poder no país hoje. Hu é considerado um líder robótico e nada carismático. Por outro lado, a natação é o esporte preferido de seu sucessor, Xi Jinping. Leia o artigo na íntegra, em inglês.

Um pouco do que pensa Xi foi publicado em fevereiro deste ano pelo jornal The Washington Post (que recebeu as declarações traduzidas pelo governo chinês).”O que aconteceu ao longo dos últimos 40 anos nos mostra que uma relação estável entre China e Estados Unidos é crucial para os dois países e para a paz, estabilidade e prosperidade da região da Ásia-Pacífico e do mundo todo”, disse Xi, na entrevista.

O futuro líder chinês recordou sua primeira ida aos Estados Unidos, em 1985, quando visitou o estado de Iowa, conheceu fazendas produtoras de milho e foi hospedado por alguns dias por um casal local. Xi disse ter ficado “profundamente impressionado” com a avançada tecnologia americana e com a hospitalidade do povo. Ele disse ainda gostar de esportes – natação é seu favorito – e disse acompanhar a NBA, a liga de basquete americana. “Os jogos da NBA têm apelo global. São muito populares na China. Eu assisto aos jogos pela TV quando tenho tempo”.

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Primeira-dama – Mais popular que os jogos de basquete na China deve ser a mulher de Xi Jinping, a cantora popstar Peng Liyuan. Desde que Xi começou a ser cotado para o cargo, sua mulher tem evitado aparecer em público com o marido ou falar sobre ele. Isso porque, sendo uma estrela da música popular chinesa e que também lidera, como general, a banda do Exército, ela pode ofuscar o marido.

Devido à fama de Peng, aumentam as expectativas de que, pela primeira vez desde os dias de Mao Tsé-tung, a China tenha uma primeira-dama com papel ativo na política. Em 2011, por exemplo, Peng se tornou embaixadora da boa vontade para tuberculose e aids na Organização Mundial de Saúde – cargo que exige jogo de cintura na diplomacia.

Peng entrou para o Exército quando tinha 18 anos – como soldado. Logo depois, suas habilidades vocais a levaram a cantar em bandas militares “para elevar a moral das tropas”. A soprano alcançou a fama com sua participação na festa do Ano Novo Chinês em 1982, onde interpretou “Nas planícies da esperança”, que ao longo dos anos tornou-se uma de suas peças mais famosas, junto com outras de nomes igualmente inspirados como “Gente de nosso povo”, “Soldado e mãe” e “Louvor à bandeira”. Ela passou a ser presença habitual na festa anual, o programa mais visto na TV chinesa, com uma audiência de centenas de milhões de pessoas.

Peng Liyuan canta música do Exército chinês diante de bailarinas representando a bandeira
Peng Liyuan canta música do Exército chinês diante de bailarinas representando a bandeira (VEJA)

Com a primeira-dama famosa e a própria indicação de Xi para presidente, fica claro que a China está cada vez mais integrada à cena global. Os chineses exigem cada vez mais visibilidade dos seus líderes, que escondem a sete chaves suas vidas privadas, principalmente nas redes sociais, onde mulheres como Michelle Obama, primeira-dama dos EUA, são uma fonte de grande interesse.

Mas a desconfiança ainda está presente na relação entre a população e o governo. A China não sinaliza nenhuma intenção de dar transparência às suas decisões. Nem em ter no PC novos revolucionários ou personalidades dominadoras.

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Na abertura do congresso do partido, Hu Jintao ressaltou a importância de uma reforma política, mas também da continuidade do partido único. Xi Jinping foi o responsável pelo esboço do discurso. Isso indica uma posição consensual que será difícil para o futuro presidente mudar, exceto no caso de uma crise econômica ou política que altere o equilíbrio, como apontou a revista Economist.

Carreira no PC – Aos 59 anos, Xi Jinping, engenheiro químico por formação, também estudou na escola de ciências humanas e sociais da Universidade Tsinghua, com especialização em teoria marxista. Integrante da nobreza vermelha (seu pai foi homem de confiança e vice-primeiro-ministro de Mao Tsé-tung), ele ocupou vários cargos oficiais, incluindo secretário do partido em Shangai, até se tornar vice-presidente em 2008.

Em um discurso no México, realizado em 2009, Xi disse que o Ocidente não tinha o direito de criticar a China. “Alguns estrangeiros de barriga cheia e sem muito o que fazer se ocupam em apontar o dedo para nós. Em primeiro lugar, a China não exporta a revolução; segundo, não exporta fome e pobreza; e terceiro, não mexe com você. O que mais a dizer?”.

Segundo especialistas, ele não é muito adorado no partido, mas também não tem inimigos no governo. É considerado mais comunicativo que seu antecessor e, em um momento em que o PC enfrenta problemas ligados à corrupção, Xi nunca teve seu nome envolvido em escândalos que tenham chegado ao mundo exterior.

A grande controvérsia gerada em torno de Xi ocorreu este ano, quando ele ficou ‘desaparecido’ por duas semanas, com oficiais do governo se negando a responder perguntas sobre o sumiço. Mais tarde, foi explicado que ele teria machucado as costas enquanto nadava.

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