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Novo áudio revela trecho de entrevista com Jackie Kennedy

Em conversa com um historiador, em novembro 1963, mulher do ex-presidente americano John F. Kennedy fala sobre intimidades da Casa Branca e política

Por Da Redação
14 set 2011, 10h44

O defensor dos direitos civis dos americanos Martin Luther King era um “homem terrível”, segundo Jacqueline Kennedy. A mulher do ex-presidente americano John F. Kennedy também desprezava os franceses, por achá-los egoístas, e tinha antipatia pelo general Charles de Gaulle, quem considerava “desagradável”. As revelações foram feitas em uma entrevista com o historiador Arthur Schlesinger – feita em Dallas quatro meses após o assassinato do marido, em novembro de 1963.

O áudio foi descoberto e emitido na noite de terça-feira pela rede de televisão americana ABC. O livro Jacqueline Kennedy: Conversas históricas sobre a vida com John F. Kennedy, resultado das oito horas de conversa entre o historiador e Jackie, chega às livrarias dos Estados Unidos neste mês. As memórias foram mantidas em particular pela família Kennedy até agora. As gravações foram divulgadas por iniciativa da filha de Jackie, Caroline Kennedy, pelo aniversário de 50 anos em que seu pai assumiu a presidência do país.

Intimidades – À ocasião da entrevista, a viúva tinha 34 anos e revelou uma série de detalhes e intimidades sobre a vida da família Kennedy na Casa Branca. Apesar disso, ficaram de fora tópicos como os casos extraconjugais do ex-presidente. Jacqueline também falou de sobre personalidades políticas. “De Gaulle era meu herói quando me casei com Jack”, declarou a Arthur Schlesinger. “Mas, na verdade, ele era muito desagradável”, acrescentou, ao recordar a viagem que fez à França em maio de 1961 com John F. Kennedy, que havia assumido a presidência quatro meses antes.

Após ter estudado um ano na Sorbonne quando tinha 20 anos, também não tinha um bom conceito dos franceses em geral. “Detesto os franceses. Eles não são gentis, só pensam em si mesmos”, declarou. Jackie Kennedy disse ainda que Indira Ghandi, então futura primeira-ministra da Índia, era uma mulher “amarga, arrivista e horrível”, e também não escondeu suas dúvidas sobre Marthin Luther King. Ela teria dito a seu marido que considerava o líder dos direitos civis negros uma pessoa “falsa”.

Política – Jacqueline também revelou que Kennedy estava preocupado com o país caso seu vice-presidente, Lyndon Johnson, viesse a sucedê-lo. A viúva do presidente disse que tanto seu marido, como seu cunhado, Robert Kennedy, haviam comentado a questão. “Bobby me disse isso mais tarde, e sei que Jack falou disso comigo algumas vezes. Ele disse: ‘Oh, Deus, pode imaginar o que aconteceria com o país se Lyndon fosse presidente?'”, recordou a ex-primeira-dama.

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Jacqueline Kennedy disse ainda que seu marido tinha a intenção de manter Johnson na chapa eleitoral em 1964, mas com esperanças de impedir que se candidatasse em 1968, ao final do que poderia ter sido o segundo mandato de John F. Kennedy. “Ele não gostava da ideia de que Lyndon fosse presidente porque estava preocupado com o país”, explicou Jacqueline Kennedy.

Assassinato – Em outros trechos da entrevista, Jackie comentou que Kennedy chegou a brincar sobre seu próprio assassinato depois da crise dos mísseis cubanos. A viúva recordou que seu marido perguntou uma vez ao historiador de Princeton David Donald se Abraham Lincoln teria sido considerado um grande presidente se não tivesse sido assassinado.

Donald respondeu que provavelmente não porque, com a Guerra Civil, Lincoln teria que lidar com “o problema insolúvel” de reconstruir o sul devastado pelos combates. “E eu lembro do Jack dizendo, depois da crise dos mísseis de Cuba, quando tudo acabou tão fantasticamente: ‘bom, se alguém for atirar em mim, esse seria o dia em que deveriam fazer isso”, contou Jackie.

(Com agência France-Presse)

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