A Rússia lançou novos ataques aéreos contra a Ucrânia na manhã desta sexta-feira, 6, matando um menino de 10 anos e sua avó na cidade de Kharkiv, segunda maior metrópole ucraniana. A investida também danificou a infraestrutura portuária e de grãos na região de Odesa, no sul do país.
O governador regional de Kharkiv, Oleh Synehubov, disse que o menino e sua avó foram mortos devido a um ataque com dois mísseis balísticos Iskander. Outras 28 pessoas ficaram feridas, incluindo um bebê de 11 meses. O ataque com mísseis destruiu grande parte de um prédio residencial, onde equipes de resgate buscam sobreviventes entre os escombros de tijolos, metal retorcido e madeira.
O pai do menino, Oleh Bychko, disse à agência de notícia Reuters que conseguiu tirar o filho mais novo e a esposa dos escombros após o ataque. Porém, não conseguiu salvar o filho de 10 anos, Tymofy.
Os novos ataques ocorreram um dia após um bombardeio na aldeia de Hroza, na região de Kharkiv, que deixou ao menos 52 mortos na quinta-feira 5. O ataque foi um dos mais mortíferos contra civis desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a resposta ao que ele chamou de “terror russo” deveria ser a resiliência da Ucrânia.
Nos últimos ataques, as forças aéreas ucranianas disseram que abateram 25 dos 33 drones lançados pela Rússia a partir da Crimeia, península anexada pelo Kremlin em 2015. Os mísseis tinham como alvo as regiões de Odesa e Mykolaiv, no sul, a região de Dnipropetrovsk, no sudeste, as regiões de Cherkasy e Zhytomyr, no centro, e também a região de Kharkiv, no nordeste.
Um desses ataques danificou um silo de grãos no distrito de Izmail, na região de Odesa. O governador regional, Oleh Kiper, afirmou que nove caminhões pegaram fogo no local, mas as chamas foram controladas rapidamente.
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“O alerta aéreo em Odesa durou três horas e meia”, disse Kiper. “O inimigo mais uma vez atacou a fronteira e a infra-estrutura portuária do distrito de Izmail”, afirmou a autoridade.
A Rússia intensificou os ataques às regiões do sul da Ucrânia, onde fica o Mar Negro e os portos fluviais, desde que deixou um acordo para a exportação de grãos em julho, que garantia o escoamento de produtos ucranianos através do Mar Negro para aliviar a alta nos preços de cereais e uma potencial crise alimentar global.
Kiev é um grande produtor e exportador global de grãos e afirma que os ataques têm como objetivo impedir o envio de seus produtos para o mundo.